SALVADOR
Sede própria é o sonho de fundadora do Lar Esperança dos Idosos
Por Natália Figueiredo*

A Instituição Lar Esperança dos Idosos, localizada na Baixa do Bonfim, tem o objetivo de acolher e cuidar das pessoas da “melhor idade”, como são carinhosamente chamadas.
O local funciona desde fevereiro de 2000 e possui capacidade para receber 25 moradoras. Atualmente, 23 velhinhas vivem nos sete quartos da casa de repouso, a maioria com algumas doenças, como Alzheimer, recebendo atenção de seis cuidadoras e mais quatro funcionários.
A técnica de enfermagem Jaciara Lima, que trabalha no local há muitos anos, conta que, antes de o lar surgir, a fundadora, Rita de Cássia, começou como voluntária em outros abrigos chamando a atenção de uma freira.
A religiosa sugeriu que Rita, tão dedicada, pudesse administrar o próprio abrigo. “Durante seis meses a freira deu todo o suporte para dona Rita, em outro local, e no dia 27 de fevereiro de 2000 ela veio para este endereço”, lembra.
A funcionária explica que as anciãs foram chegando aos poucos. “Tem uma idosa que veio por livre e espontânea vontade. Ela tem quatro filhos, mas que não têm tempo para ela, então decidiu procurar o Lar Esperança dos Idosos. Todas têm família, mas algumas são como se não tivessem, porque a família não aparece”, lamenta.
Quem faz o contato com a família é Cleusa Oliveira, de 79 anos, uma assistente social aposentada e voluntária: “Quem demora de aparecer, eu entro em contato. Damos acolhimento e cuidados que elas necessitam”.
Esperança
Dona Zenaide, 84, mora na casa de repouso há cerca de três meses e conta que teve dificuldade nos primeiros dias. “Faço amizade com todo mundo, mas a princípio eu não aceitei porque eu tinha minha casa e morava sozinha. Só tenho um irmão que infartou, não me casei e não tenho filhos, estou levando até o dia que Deus quiser. Só sinto falta de sair, gostava de passear e agora dependo dos outros, porque eu tenho uns problemas de tontura, estou sem equilíbrio”, relata.
O maior problema do Lar Esperança dos Idosos é financeiro, pois as despesas com aluguel e pagamento dos funcionários são altas. Às vezes, ganham doação para melhorias, mas, quando sabem que a casa é alugada, desistem.
Jaciara revela que o maior sonho da fundadora é “conseguir um empresário ou alguém que doasse um terreno para termos um abrigo próprio e fugir do aluguel”.
*Sob a supervisão do jornalista Luiz Lasserre
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