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SALVADOR

Travestis não querem ser chamados de “travecos”

Por Biaggio Talento, da Agência A TARDE

27/01/2009 - 23:55 h

Depois da Parada Gay, os homossexuais se preparam para comemorar na quinta-feira, dia 29, mais uma data relevante na luta contra o preconceito e a homofobia: o “Dia da Visibilidade Travesti”. 29 de janeiro é data do evento desde 2001 quando o Ministério da Saúde lançou uma campanha publicitária intitulada “Travesti e respeito” visando estimular a sociedade brasileira a reconhecer os direitos dos transsexuais. Nessa linha, o Grupo Gay da Bahia (GGB) que está ajudando na organização do Dia do Travesti em Salvador, assinala não ser “politicamente correto chamar ”o travesti”. Pior ainda seria utilizar o termo “traveco”. De acordo com a entidade a forma correta é “a” travesti.

O GGB aproveitou para lembrar os dados da pesquisa que realiza desde 1980 sobre os assassinatos de homossexuais no Brasil, assinalando que desde o início do levantamento até o ano passado foram mortos 780 travestis “uma média de um homicídio a cada 10 dias”, diz a nota divulgada pela entidade. Somente no ano passado o GGB anotou 51 travestis assassinados, um aumento de 55% em relação ao ano anterior (33 mortes). Conforme a pesquisa “os estados mais 'travestifóbicos' tem sido São Paulo, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Goiás e Bahia”. Os crimes contra as chamadas “profissionais do sexo são cometidos predominantemente na rua, 'na pista', altas horas da madrugada, utilizando-se armas de fogo e em menor número, arma branca e espancamento”, informa a entidade para quem “as travestis representam a minoria social mais estigmatizada da sociedade brasileira: expulsas de casa, humilhadas na escola, apartadas do mercado de trabalho”.

A estimativa do Grupo Gay da Bahia é que existam no Brasil cerca de “40 mil travestis e transexuais, 90% vivendo como profissionais do sexo”. Na Bahia esse número deve ultrapassar mil indivíduos, mais de 300 em Salvador. Atualmente, a mais famosa delas é a dançarina Leo Kret, a primeira travesti eleita vereadora da Câmara Municipal de Salvador, que assumiu o mandato no início de janeiro. Ela não é a pioneira no mundo político: na cidade de Colônia do Piauí já existia uma travesti ocupando o cargo de vice-prefeita, Katia Tapety.

Leo Kret é citada pelo GGB junto com Rogéria, Valéria, Roberta Close, Telma Lipp como travestis famosos que “têm merecido aplausos nos palcos e televisões”. Além disso, a entidade lembra que no ano passado, o jogador Ronaldo Fenômeno “envolveu-se num nebuloso escândalo com travestis, até hoje sem resultado da justiça”.

Na quinta estão previstas nas principais cidades brasileiras, manifestações, debates e exposições em comemoração ao Dia das Travestis. As entidades da luta homossexual vão reivindicar entre outras coisas “o respeito ao nome social feminino nas listas de chamada nas escolas, firmas, hospitais, etc” e conforme Milena Passos, Presidente da Associação de Travestis de Salvador (ATRAS) “políticas de saúde específicas para prevenção de DST/Aids, com campanhas de esclarecimento sobre uso de silicone e hormônio e capacitação da polícia para tratamento mais humano às profissionais do sexo”.

Na capital baiana, além de exposições de fotografia e cartazes, uma lona branca será colocada à disposição dos transeuntes para deixarem sua opinião sobre travestis.

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