SALVADOR
Usuários temem riscos ao passar por passarelas de Salvador
Por Franco Adailton

Apesar de Salvador ter recebido nova passarela em julho - inclusive com internet wi-fi -, parte das antigas estruturas apresenta buracos, ferrugem e infiltrações. Além disso, o comércio informal compromete a mobilidade dos usuários, sobretudo nas avenidas Bonocô e ACM.
Uma das mais movimentadas da capital, a passarela que liga a rodoviária ao Shopping Iguatemi possui cinco buracos, que receberam um tratamento paliativo ao serem tapados com chapas de metal e fitas adesivas.
São muitas as histórias de quem já se acidentou por conta dos rombos. "Há pouco tempo, um cego ficou com a guia presa no buraco, podia ter caído lá embaixo", disse o taxista Antônio Carlos, 54, que faz ponto ali perto.
Outro problema de mobilidade enfrentado pelos pedestres tem a ver com o ordenamento do comércio informal, sobretudo nas extremidades da passarela, tanto no acesso ao shopping quanto em direção à rodoviária.
"É verdade que o nível de desemprego está grande em Salvador, mas passarela é um local de passagem. Esse tumulto só faz facilitar o trabalho dos batedores de carteira", avalia o vendedor Luiz Teixeira, 29 anos, que trabalha no shopping.
'Gambiarras'
Na passarela do Detran, três buracos também receberam tratamento provisório: foram tapados com chapas metálicas e fita adesiva. Nesse equipamento, as 'gambiarras' (ligações clandestinas de energia elétrica) renderam até a instalação de um disjuntor no acesso a Saramandaia.
Na avenida Bonocô, a passarela que liga Cosme de Farias e Campinas de Brotas tem placas de concreto soltas. A prefeitura anuncia que o equipamento está em fase de recuperação e já inicia a substituição das placas.

Na Bonocô, há buraco no elevado perto da rua O. Dórea (Marco Aurélio Martins | Ag. A TARDE)
No início da via, sentido rodoviária, além dos problemas já citados, dois fatores chamam a atenção: o primeiro é a falta do gradil de proteção, que foi substituído por uma porta amarrada por arame, colocando em risco a segurança dos pedestres.
O segundo é a presença de pessoas em situação de rua, que fizeram da passarela moradia fixa, ao estender no local um colchão de casal e outro de solteiro. Ambulantes que trabalham sobre a estrutura informaram que os 'moradores' estão ali há cerca de dois anos.
"Não incomodam ninguém. Esse é o menor dos problemas pra gente, que atravessa essa passarela no escuro, muitas vezes", disse Elza dos Santos, 37, moradora de Cosme de Farias, ao apontar para a ausência de lâmpadas na passarela.
Mais à frente, próximo à rua Odilon Dórea (Brotas), a passarela tem pilares metálicos enferrujados. A estrutura fica rente à rede elétrica de alta-tensão, que pode ser alcançada com a mão.

Ferrugem atinge estrutura próxima à Casa Elói (Marco Aurélio Martins | Ag. A TARDE)
"A gente fica com receio. Pois, sabe como é criança: na ausência dos pais, quando estão em grupo, aproveitam para aprontar. Isso aqui é uma tragédia anunciada", disse a dona de casa Luzia Pereira, 34 anos, quando voltava da escola onde havia ido buscar o filho.
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