BAHIA
Baiano tenta provar que é o homem mais velho do mundo
Por Alean Rodrigues, da Sucursal Feira de Santana
O título do homem mais velho do mundo, que segundo o Livro Guinness dos Recordes é do japonês Tomoji Tanabe, que completou no último dia 18 seu 112º aniversário, pode mudar de mãos. O melhor é que este título pode vir para o Brasil, para um baiano e nordestino, mais precisamente um morador do município de Olindina (a 209 km de Salvador). É lá que reside o lavrador Francisco Mateus de Santana que teria completado 118 anos nesta sexta-feira.
Filho de Gaspar Bernardino de Santana e Maria Saturnina Santos, seu Chico de Gaspar como é conhecido nasceu em 21 de setembro de 1889, de acordo com documentos apresentados. Seu batistério e sua certidão de nascimento estão em um arquivo da Igreja Católica em Salvador, mas que a família tenta há dois anos encontrar.
“Entrei em contato com a igreja de Nova Soure onde ele foi batizado e disseram que pertencia a Alagoinhas, lá o rapaz me informou que estes documentos estariam em um arquivo em salvador, mas até o momento não houve êxito em encontrá-los” informou Maria das Graças de Santana filha mais velha do lavrador.
Vaidoso, seu Chico de Gaspar só recebeu a reportagem de A TARDE quando trocou de roupa e retirou a fralda descartável que utilizava, além de pentear os cabelos e perfumar-se. Entre lances de memória ele mistura o passado com o presente, mas é firme ao afirmar que sempre gostou de dançar e era uma excelente “pé de valsa” como se denominou. “Chegava em casa e dizia, mulher bota a janta mais cedo que hoje vamos cair no forró”, lembrou.
Ele lembra ainda de alguns prefeitos que a cidade de Olindina já teve. José da Costa Fonseca, o Zé Litinho e Aderbal Fuco Caldas (atualmente deputado estadual) foram os ex-prefeitos citados como os melhores da região. “Eles eram bons mesmos, mas às vezes misturavam as coisas e não faziam nada direito. O Zé Litinho era um menino bom e sempre gostei dele”, disse.
Casado há 57 anos com a dona-de-casa Berenice Luzia de Santana, 82 anos, o lavrador teve 3 filhos que lhe deram 6 netos. Sempre tido como um bom marido e pai atencioso é apontado pela esposa como uma homem de coração bom e correto. “Ele era tão bom que hoje não tem nada, pois as posses que tinha vendeu ou deu aos outros. Ele nunca gostou de ver alguém passar dificuldade sem poder ajudar”, conta.
Ela lembra de quando conheceu seu Chico, 36 anos mais velho que ela, ele logo foi a casa dela pedir sua mão em casamento e até hoje mantém o mesmo carinho que tinha quando ainda eram namorados. “Ele dançava muito e as mulheres vinham para cima, mas ele sempre me respeitou. Até hoje ele me trata com carinho e sei de todo o seu sentimento por mim. Quando ele acorda de manhã me pede a benção e enquanto não o abençoo ele não me deixa fazer nada”, frisa.
Alfabetizado, seu Chico de Gaspar sempre gostou de ler e incentivou os filhos a estudar, por este motivo deixou a zona rural de Nova Soure (a 210 km de Salvador) para os filhos estudarem em uma escola de qualidade em Olindina. “Ele sempre nos incentivou a estudar. Até hoje ele fala com meu filho para que ele estude e se forme. Hoje ele não escreve e nem ler porque não consegue enxergar com nitidez”, revelou Maria das Graças Santana.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes