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Corte de árvores em avenida gera protesto em Santo Estevão

Por Cristina Santos Pita l Santo Antônio de Jesus

13/05/2013 - 19:30 h | Atualizada em 19/11/2021 - 5:20

O corte de árvores da Avenida Castro Alves, no centro da cidade de Santo Estevão (a 156 km de Salvador), no Recôncavo baiano, provocou manifestações de grupos ambientalistas e moradores contra a prefeitura. Lis Braga, presidente do instituto RAM de Reeducação Ambiental, considera a ação como dano ambiental.

Segundo ela, que morou em Santo Estevão até os 14 anos, as árvores da espécie sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides) é da flora nativa brasileira. A publicitária conta que procurou a prefeitura e foi informada que a avenida será ampliada e asfaltada. Lis Braga mora em Salvador, mas na semana passada foi a Santo Estevão, quando viu as árvores no chão.

"Por volta de 1990 vi quando as árvores foram plantadas na obra de alargamento da mesma avenida. Também as vi florescer. Semana passada vi que o paralelepípedo da Avenida Castro Alves, uma via de 1 km, havia sido retirado junto com o canteiro central e as plantas ao redor. A imagem me fez chorar. Um amontoado comprido de dezenas de árvores cortadas em pedaços. Ó corte de árvores não deixa de causar danos ambientais, já que a espécie sibipiruna consegue controlar a temperatura do ambiente", contou a publicitária.

De acordo com informações de Cláudio Antônio Machado da Conceição, secretário de Obras, Serviços Públicos e Meio Ambiente da Prefeitura de Santo Estevão, a retirada das árvores faz parte das obras de asfaltamento e alargamento da avenida. A obra foi uma reivindicação de alguns comerciantes da avenida. "A avenida é comercial e está estreita, dificultando o trânsito dos veículos. Estamos reurbanizando o município e precisávamos modernizar a via", justificou.

Cláudio Antônio ressaltou ainda que a maioria das árvores, com cerca de 20 anos, estava com troncos e raízes mortas. Segundo ele, as árvores serão replantadas. "Foram quase 30 árvores retiradas. Haverá a compensação, ou seja, as árvores retiradas do centro da avenida, e que puderem, serão replantadas nos dois lados da avenida. Em outras áreas, que estamos estudando, faremos o plantio de novas árvores e outros canteiros serão recuperados. A secretaria de Obras e Meio Ambiente está executando as obras em pouco mais de um quilômetro da Avenida Castro Alves desde a esquina da Praça 7 de Setembro até o bairro do Bosque".

Para Lis Braga, as árvores, da espécie sibipiruna, resultavam numa exuberante matiz amarela que, vista de cima, parecia com um longo tapete na Avenida Castro Alves. "Num texto angustiado do ambientalista Ivan Claret Marques Fonseca, nascido em Santo Estevão e morto em fevereiro deste ano, ele falava a respeito de um abacateiro que havia marcado sua infância, e que fora cortado por conta de uma obra na cidade. Fico imaginando o que ele, que recebeu, pela ONU, o Prêmio Global 500 de Ecologia, estaria sentindo neste momento, assistindo á cena que vi. Em um tempo em que se clama tanto por proteção ambiental, é, no mínimo, estranho presenciar atitudes que vão de encontro a este preceito", lamentou.

Também revoltado com a situação, o balconista Malcon de Oliveira disse temer que a falta de árvores aumente o calor na cidade. "Cortar árvores é prejudicial para a saúde da população. Sei disso porque leio e sei dos perigos que a falta de árvores traz para as cidades", afirmou. Segundo ele, várias pessoas entraram em contado com a prefeitura, solicitando a paralisação dos cortes das árvores, mas não foram atendidas.

A sibipiruna é amplamente utilizada em todo Brasil, tanto para ornamentação quanto em processos de reflorestamento, por adaptar-se bem a qualquer clima e região. Segundo os estudiosos, assemelha-se muito com o pau-ferro e o pau-brasil. "Os benefícios do plantio de árvores vai desde a absorção de gás carbônico e liberação de oxigênio, até o resfriamento de ambientes urbanos e a retirada de partículas tóxicas do ar. Infelizmente, há quem ignore a possibilidade de exercer um progresso sustentável. Em breve aquela avenida se vestirá de uma longa listra negra que, na mente de alguns, significará progresso. E que, na minha e de todos aqueles que se preocupam com a preservação do planeta em que vivemos, traduzirá um único sentimento: luto", reforçou Lis Braga.

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