BAHIA
Dança recupera a alegria de idosos vítimas de depressão
Por Cristina Santos Pita | Santo Antônio de Jesus

Cerca de cem idosos atendidos pelo Centro de Atenção à Saúde do Idoso (Casi) de Itaparica encontraram na dança uma forma de tratar doenças como a depressão e a síndrome do pânico. O projeto diminuiu o número de casos em Itaparica.
Edje Braga, fundador do grupo de dança Cabrueira, afirma que cresce o número de pessoas que procuram a dança como forma de superar esses e outros problemas. Insônia, perda do apetite e baixa autoestima são alguns dos sintomas da depressão que afetam grande parte de idosos de Itaparica.
No mundo, a doença atinge 350 milhões de pessoas, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). "A doença pode ser resultado de fatores biológicos, sociais e também psicológicos.
Mas, na maioria dos casos, os pacientes têm em comum o baixo nível de serotonina, substância natural no nosso cérebro, que está intimamente relacionada aos transtornos afetivos e de humor", explica o psicólogo Rafael Mendes.
Segundo o profissional, a realização de atividades como dança, artesanato e exercícios físicos faz com que a serotonina seja liberada, dispensando a indicação do uso de medicamento. "Mas isso não é uma regra", ressalta o psicólogo.
Além de idosos, pessoas de todas as idades têm buscado tratamento na dança. O administrador de empresas Júlio Nascimento, de 35 anos, tinha síndrome do pânico e encontrou nas aulas de forró a melhora para a doença.
"Minha psicóloga indicou as aulas de forró, como suporte, com finalidade terapêutica. Eu estava num estágio tão avançado da doença que no início só conseguia fazer aula com a presença dela", lembra.
Prazer
O simples fato de envelhecer já é um problema para algumas pessoas. Isso pode se agravar com a ociosidade e problemas familiares, diz o psicólogo Rafael Mendes. Para contribuir para a melhoria de vida dos idosos e reintegrá-los à sociedade de forma mais prazerosa, foi criado o Casi, há pouco mais de um ano, em Itaparica.
Além de um acompanhamento especial, feito por uma equipe multidisciplinar formada por geriatra, nutricionista, assistente social, fisioterapeutas e outros profissionais, os idosos também desenvolvem atividades e oficinas. "O objetivo é resgatar a autoestima. Eles fazem aulas de hidroginástica, alongamento, dança, canto, culinária, crochê, pintura, horta e jardinagem", diz Michelle Marques, coordenadora da instituição.
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