Micareta recebe título de Patrimônio Cultural Imaterial de Feira de Santana

Após mais de oito décadas promovendo alegria após o Carnaval, a Micareta de Feira de Santana, a segunda maior cidade da Bahia (a 109 km de Salvador), tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial do Município. O projeto de lei de autoria do vereador João Bililiu (PPS) foi sancionado pelo prefeito Colbert Martins (PMDB).

“É uma festa que está muito maior do que aquela imaginada por aqueles jovens idealizadores. Ultrapassou os nossos limites e ganhou o Brasil. Como se sabe, não são poucas as cidades que copiaram a nossa maior festa. Isto nos orgulha”, afirma o autor da lei, João Bililiu.

Os historiadores Meranice Moreira, Benoit Gaudin, Eduardo Oliveira e Ellen Mabel constataram em uma pesquisa que foi em Feira de Santana que a folia conheceu seu maior êxito fora da capital. O início foi em 1937, quando uma forte chuva impediu que o Carnaval fosse comemorado e os feirenses, inconformados, decidiram postergar os festejos momescos para semanas depois do período oficial.

O sucesso do primeiro “Carnaval fora de época” feirense, que surgiu dessa decisão, foi tanto que a festa se repetiu nos anos seguintes e tornou-se a mais animada do ano, e o Carnaval deixou de ser celebrado.

De 1937 até 1951, data da primeira participação de um trio elétrico, a micareta foi festejada nos moldes tradicionais: bailes nos clubes sociais, carros alegóricos, mascarados, concursos de fantasias, além, claro, da eleição da rainha. “Foi o trio elétrico que veio revolucionar tudo isso, levando a micareta ao que conhecemos hoje”, disse o vereador.