BAHIA
Pet shops se adaptam à nova legislação
Por Anderson Sotero

Os pet shops da Bahia estão em fase de adaptação à nova legislação que protege animais. O foco é garantir o bem-estar de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes. No entanto, em muitos estabelecimentos essas orientações não são cumpridas adequadamente.
Há 18 dias está em vigência a resolução 1.069 do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) que define princípios que devem ser adotados por estas lojas. No texto, a resolução destaca que os animais devem estar em ambiente livre de excesso de barulho, com luminosidade adequada, sem poluição e sem situações que causem estresse.
A lei é válida para todos os locais que expõem, mantêm, promovem cuidados de higiene e estética, vendem ou doem animais, como feiras agropecuárias, de adoção, pet shops e exposições. Há 341 pet shops registrados na Bahia, 128 em Salvador.
O documento frisa, ainda, que é necessário dar conforto, segurança, higiene e ambiente saudável, além de espaço suficiente para que eles possam se movimentar.
Ao percorrer a cidade, equipe de reportagem de A TARDE, observou que o Bronto Dog, no Nordeste de Amaralina, mantinha, em gaiolas, codornas, preás e pássaros expostos na entrada da loja, em uma rua movimentada e barulhenta. As codornas estavam em um espaço exíguo e mal podiam ser vistas.
"Não é um espaço pequeno. O conselho tinha é que cobrar da indústria que faz um padrão específico de gaiola. Não sou contra a resolução, mas acho que deveria ser algo mais divulgado", afirmou o proprietário da Bronto Dog, Cândido Filho, 53. Como ele, muitos proprietários reclamaram que ainda não conhecem a resolução.
"Sabemos que há estabelecimentos que colocam animais empilhados e praticam outros tipos de maus-tratos. O acondicionamento dos animais e a manutenção não são apropriados porque, às vezes, não conhecem a biologia desses animais", destacou a presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV/BA), Ana Elisa Fernandes.
Ao ser anunciada, a resolução gerou mal-entendidos. Segundo Ana Elisa, proprietários ligaram para o conselho com muitas dúvidas. "Não está proibida a gaiola e colocar na vitrine, o que muita gente pensou que a resolução proibia, mas o que não pode é os clientes pegarem os animais, alimentarem".
Outro aspecto da resolução aborda o contato com os bichos. A orientação é evitar, exceto em caso de "venda iminente". No pet shop Toca do Bicho, no Rio Vermelho, a equipe de A TARDE presenciou uma garota pegar um filhote de cachorro da vitrine, mostrar à família e não finalizar a compra.
"A gente põe aviso para os clientes não pegarem, mas é complicado para quem quer comprar não ter contato. Tentamos verificar quem de fato quer comprar e não tem apenas curiosidade", afirmou o proprietário Felipe Moraes, 27.
Uma gaiola com muitos pintos amontoados chama a atenção em um estabelecimento na Sete Portas.
"Quanto mais cheia, melhor para os animais por causa do frio. A gente deixa assim por causa do frio. Muita gente maltrata os animais. A gente sabe que deixa sem água, com gaiola suja. Essa é uma norma muito boa. Só precisa ser cumprida", disse a gerente do Agrobichos, Luciene Aragão.
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