BAHIA
Polo Industrial de Camaçari recebe visita com objetivo de do fortalecer a indústria petroquímica
Os parlamentares conheceram a Unidade Q1 da Braskem e a ITF Chemical
Em busca do fortalecimento da indústria petroquímica brasileira marcou, uma visita inédita da Frente Parlamentar da Química (FPQuímica) às plantas da Braskem e ITF Chemical foi realizada nesta segunda-feira, 4, no Polo de Camaçari, o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul. Além dos parlamentares que compõem a FPQuímica e do Instituto Nacional de Desenvolvimento da Química (IdQ) participaram da visita o vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior, o secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães, além da imprensa local e outros convidados estiveram no local.
Entre as entidades ligadas ao IdQ, estiveram representadas a ABIQUIM (Associação Brasileira da Indústria Química), a ABIFINA - Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, a ABIQUIFI -Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos, a ABICLOR - Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados, a ABIPLA – Associação Brasileira da Indústria de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso Doméstico e Profissional, além do CFQ- o Conselho Federal de Química, que apoia o Instituto. Outras entidades do setor estiveram presentes, como o Comitê de Fomento Industrial de Camaçari (Cofic), a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), a Federação Única dos Petroleiros (FUP), e o Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Químico e Petroquímico do Estado da Bahia (Sindiquímica).
A visita da FPQuímica foi uma forma de discutir estes e outros desafios. Durante o encontro, o presidente da Frente Parlamentar, deputado federal Afonso Motta (PDT-RS), declarou em discurso que “Esta Frente Parlamentar tem muito ativismo, trabalho e expressão. Entre deputados e senadores, somos uma das Frentes Parlamentares mais atuantes. Com 11 anos de existência, é uma Frente longeva, que tem participado, ativamente, na regulação das políticas para a indústria e a Química brasileira. Temos muito orgulho da metodologia que nos trouxe até aqui, ocupando este espaço. Esse é um trabalho compartilhado”, afirmou o parlamentar.
Além de visitar as instalações da Braskem e da ITF Chemical, os presentes puderam conhecer os desafios, gargalos do setor e oportunidades do Polo, no que se refere a novas tecnologias, práticas sustentáveis, geração de empregos, renda, desenvolvimento socioeconômico e arrecadação de impostos. O Polo de Camaçari representa 22% do Produto Interno Bruto (PIB) da indústria de transformação baiana e contribui, anualmente, com mais de R$ 3 bilhões em arrecadação para o Estado da Bahia.
Nos últimos anos, o setor vem enfrentando um ciclo de baixa mais severo e alongado, uma situação sem precedentes na história. O cenário torna-se ainda mais desafiador em função da importação, que gera discussão na indústria química nacional. Segundo dados da Abiquim, no primeiro semestre de 2024, foram mais de US$ 29 bilhões de produtos importados, com déficit de US$ 22 bilhões na balança comercial, o que preocupa parte da indústria química.
A deputada federal Ivoneide Caetano (PT-BA), coordenadora da FPQuímica para a região Nordeste, destacou iniciativas recentes do Governo Federal para estimular a produção nacional. “A indústria tem investido muito, com mais de R$ 100 milhões direcionados à infraestrutura de diversos polos, especialmente, o Polo de Camaçari. Em Brasília, estou como vice-presidente da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços, e temos trabalhado para defender esse setor. Atualmente, estou à frente de uma subcomissão que acompanha o Programa Nova Indústria Brasil, que chega para nos apoiar frente ao desafio da competitividade. Já tivemos alguns avanços, como a regulamentação da lista transitória de imposto de importação, mas sabemos que vocês querem mais, e nós também” ressaltou a deputada federal Ivoneide Caetano (PT-BA), coordenadora da FPQuímica para a região Nordeste.
O vice-governador da Bahia, Geraldo Júnior, também falou sobre a relevância do Polo Industrial de Camaçari para a economia do estado. “Hoje, em uma visita dirigida, faço uma saudação a todos os gestores do nosso Estado. Trabalhamos com ações transversais de governo, ao lado do governador Jerônimo Rodrigues e do secretário Davidson Magalhães, que tem um papel fundamental nas áreas de trabalho, emprego, renda, esporte e lazer. Ele estabelece essas ações com uma indústria fundamental para transformar nossos desafios em oportunidades”, garantiu o vice-governador.
Segundo Paulo Engler, diretor presidente do IdQ, “o Instituto Nacional de Desenvolvimento da Química (IdQ) existe para que possamos levar ao Congresso Nacional o cotidiano e as necessidades do setor químico, com segurança e representatividade. Essa é a importância do nosso trabalho. É por isso que trazemos deputados, senadores e membros do poder executivo para entenderem o que acontece aqui. Para verem o tamanho do esforço e, acima de tudo, reconhecerem o trabalhador, a função social, ecológica e a importância do setor. A indústria é vida. A indústria é extremamente importante. O Brasil não pode reduzir sua produção; ele precisa crescer”, defendeu Engler.
Conhecendo a indústria
O diretor industrial da Braskem na Bahia e presidente do Conselho de Administração do Cofic, Carlos Alfano, destacou as ações da empresa na região. “Nesta visita, os membros da Frente Parlamentar da Química puderam conhecer os investimentos que a Braskem tem feito nos últimos anos, visando tornar nossas operações industriais na Bahia mais competitivas, com iniciativas pioneiras para uso de energias renováveis e de descarbonização. Em 2023, a companhia investiu cerca de R$ 1 bilhão nas unidades industriais da Bahia, o que representa um impacto relevante na economia do estado”, destacou Alfano.
A Braskem é a maior produtora de resina das Américas e destaque constante em tecnologia e inovação dentro do setor químico. Nas instalações da empresa, Alfano apresentou a Sala de Controle da Central de Matérias-Primas (Cemap), onde é feito, em tempo real, o monitoramento dos processos produtivos da unidade. Com uma capacidade de produção de mais de 5 milhões de toneladas de petroquímicos básicos e resinas termoplásticas por ano, a Braskem gera cerca de 5 mil empregos diretos e indiretos em suas oito unidades industriais instaladas no Polo de Camaçari.
Em seguida, foi a vez dos convidados visitarem os setores de Produção e P&D da ITF Chemical, especializada em farmoquímicos. A multinacional italiana produz, no Brasil, os chamados Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs), utilizados na produção de medicamentos estratégicos. Atualmente, embora o Brasil tenha uma produção de, aproximadamente, 70% de medicamentos acabados, importa cerca de 90% dos IFAs, uma dependência que pode ser significativamente reduzida com maior incentivo à indústria da química fina no Brasil. Essa é uma pauta levada, constantemente, ao Congresso e que foi relembrada na visita dos parlamentares.
Segundo Leoncio Cunha, diretor superintendente do ITF Chemical LTDA, a empresa está realizando investimentos da ordem de R$ 49 milhões para ampliação da capacidade produtiva do produto ferrolat, insumo farmacêutico ativo (IFA) utilizado em medicamentos para combate à anemia, com previsão para entrada em operação em abril de 2026, contribuindo para a geração de empregos e renda para o Brasil.
“Se vocês verificarem nosso portfólio na área farmacêutica, verão que ele abrange a saúde da mulher, que é um leque inimaginável de produtos. Temos mais de 300 produtos apenas nessa área, incluindo tratamentos para metabolismo, biologia, psiquiatria, trombose e outras condições. Esses produtos fazem uma diferença significativa no tratamento da população. Na planta italiana, desenvolvemos quatro tipos de antidepressivos, produtos para a manutenção do poder cognitivo, esclerose múltipla e anti-inflamatórios”, esclareceu Leoncio Cunha.
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