BAHIA
Primeiro Dia do Candomblé é celebrado com festa na Pedra de Xangô
Evento na capital marcou a data nacional dedicada às tradições religiosas de matrizes africanas
Por Lívia Oliveira*
Vestidos de branco, um grupo de adeptos de religiões de matrizes africanas tomou o Parque Pedra de Xangô, em Cajazeiras 10, para a realização de um xirê. O evento marcou a primeira comemoração da lei 14.519/2023, sancionada este ano, que instituiu o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, também conhecido como Dia do Candomblé.
Iniciada às 14h, a solenidade contou com 300 participantes e homenagens para autoridades e personalidades importantes para a religião. O xirê irá ocorrer anualmente, na Pedra do Xangô, para marcar data e tem como motivação a união do povo de santo.
“Data como essa tem que ser comemorada com orgulho e não esquecida. Só quem se abaixou para aprender e um dia levantou para ensinar sabe que essa data representa para cada um do Candomblé, para cada um do axé que tem orgulho de dizer que é do axé”, discursou o babalorixá William de Oxalá.
Mesmo com o tempo nublado, mais de 300 terreiros estavam representados no pátio do Parque de Xangô, e até mesmo debaixo de chuva e vento forte as celebrações não cessaram. Todos dançavam e cantavam e dançavam ao som dos atabaques.
“Nós somos sobreviventes de décadas e centenas de anos. Para mim, isso é muito gratificante. Sempre que puder estarei aqui agradecendo”, conta a ialorixá Sarit Marques.
Representantes de órgãos públicos também foram homenageados, como a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e Secretaria de Segurança Pública (SSP), Fundação Gregório de Matos e Secretaria Municipal da Reparação (Semur). Além deles, religiosos também receberam o Kaô Kabecilê, um troféu aos homenageados, além de certificado, como o babalorixá Gilmar do Oxalufãn, ogã Dó de Ogum e Evanilda Salles.
Em seguida, oferendas a Xangô foram levadas em caminhada rumo à Pedra, tendo o grupo Clarins de Ouro como trilha sonora. O evento foi encerrado com música e muita dança.
“O Candomblé sempre foi uma religião de acolhimento. Esse é o sentimento. E que venham mais comemorações!”, disse o ogã Osvaldo Xavier.
*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes