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03/11/2023 às 5:30 • Atualizada em 03/11/2023 às 12:52 - há XX semanas | Autor: Miriam Hermes

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Projetos fomentam carreira científica para meninas baianas

Neste contexto, existe um olhar especial voltado às estudantes do ensino médio na Bahia

Adolescentes indígenas no laboratório pelo projeto ‘Meninas baianas na ciência’ formatado, desde de 2019, em Coroa Vermelha, pela Fiocruz
Adolescentes indígenas no laboratório pelo projeto ‘Meninas baianas na ciência’ formatado, desde de 2019, em Coroa Vermelha, pela Fiocruz -
  • Meninas de famílias mais pobres e que moram longe das cidades grandes ainda enfrentam os desafios impostos para uma maior participação feminina entre os profissionais de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, cuja sigla em inglês é (STEM). Conforme o relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) ‘Uma equação desequilibrada: participação crescente de Mulheres em STEM na ALC (América Latina e Caribe)’, em 2021, apesar da incontestável maior presença feminina nos últimos anos, de cada quatro vagas na área apenas uma é ocupada por mulher.

Um dos principais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável do planeta (ODS) - entre os 17 definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), a equidade de gênero ainda precisa de mudanças para acontecer com plenitude e minimizar a segregação ocupacional.

Na Bahia, o estímulo às meninas e adolescentes para seguir a carreira científica conta com projetos e programas. Órgãos públicos e instituições como a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz/Bahia), Instituto Gonçalo Moniz (IGM) e diversas secretarias do estado trabalham para que a equidade seja alcançada. Neste contexto, existe um olhar especial voltado às estudantes do ensino médio, que estão se preparando para decidir por uma profissão.

Formatada a partir de 2019, ‘Meninas baianas na ciência’ é uma destas ações. Ela é desenvolvida como primeira etapa na comunidade indígena Coroa Vermelha, território indígena Pataxó, em Santa Cruz Cabrália, através de iniciativa da Fiocruz Bahia, em parceria com o colégio estadual indígena da localidade. Participaram cerca de 60 estudantes, professores e demais componentes da comunidade escolar, com apoio da Secretaria Estadual da Educação.

Além do compartilhamento de experiências por parte das pesquisadoras da equipe Fiocruz/Bahia, foi montado um pequeno laboratório para que as estudantes pudessem manusear equipamentos básicos, bem como disponibilizada uma biblioteca. “Foi gratificante participar deste evento. Saí com um olhar diferente sobre meu futuro”, afirmou a adolescente moradora de Coroa Vermelha Maria Eduarda Guedes.

Ela pontuou que desde criança tem o desejo de cursar medicina e que o encontro lhe fez ter a certeza do que quer. “Poder ajudar o meu povo Pataxó de alguma maneira. É importante a participação de mulheres indígenas dentro e fora de suas comunidades”.

Para a estudante, “algumas das maiores dificuldades enfrentadas por uma adolescente indígena do sul da Bahia incluem “discriminação racial e cultural, falta de oportunidades de emprego e estereótipos negativos associados aos povos indígenas”, lamentou.

Aluna do mesmo colégio e também natural de Santa Cruz de Cabrália, Nuriela Pataxó está se decidindo entre medicina e farmácia. “Muitas acabam indo para a informalidade. A gente não tem espaço e voz. É bem raro ter”, salientou, explicando que “a mudança (de moradia para estudar e trabalhar) pode ser um processo traumático, quando não existem cuidados, nem apoio para superar as dificuldades”.

Ela ressaltou que o melhor foi perceber que as outras meninas passaram a ter interesse e seguir carreira na área. Sobre o aumento do protagonismo da juventude indígena, Nuriela citou que “principalmente após avanço das redes sociais, tem tido um papel fundamental na luta pelos territórios e na defesa dos direitos dos povos originários”.

Carreira

Para a pesquisadora da Fiocruz/Bahia, Natália Tavares, a distância dos centros onde têm cursos voltados para os interesses científicos é uma das barreiras para as garotas do interior. Por isso a importância de sensibiliza-las durante o ensino médio, “para que elas compreendam que a ciência pode ser uma carreira”.

Ela pontuou que é necessário que o corpo docente incentive as jovens quando manifestam a vontade de seguir essa trajetória e disse que, se tivesse recebido apoio na adolescência, teria começado a carreira mais cedo. “Eu sempre tive a vontade de ser pesquisadora e pensava que, para seguir essa profissão, eu deveria fazer biologia”, afirmou.

Fez o curso na Ufba, onde concluiu mestrado e doutorado. Hoje é pós-doutora. Pelo interesse pessoal, ainda na graduação, conseguiu entrar na Fiocruz/Bahia com bolsa de iniciação científica. Atualmente faz parte da instituição, em vaga obtida em concurso público.

De acordo com Tavares, professores do ensino médio são importantes aliados nesta etapa para alcançar as estudantes e programas desenvolvidos nas escolas são estimulantes.

Para 2024, o ‘Meninas baianas na ciência’ deverá alcançar adolescentes de comunidades quilombolas, cujo projeto específico ainda está em elaboração. A diretora da Fiocruz, Marilda Gonçalves, destacou que o chamamento das meninas para seguir carreira na pesquisa é um resgate histórico, considerando que há algumas décadas esse estímulo era voltado exclusivamente ao mundo masculino.

Ela chamou a atenção para a menor presença de mulheres em lugares de destaque, como o Prêmio Nobel e salientou, como exemplo, que a historiadora econômica norte-americana Claudia Goldin, ganhadora do Nobel de Economia deste ano, é apenas a terceira mulher a conquistar este prêmio.

“Ela ganhou justamente com um estudo sobre desigualdade salarial entre homens e mulheres”, afirmou Gonçalves, apontando que é fundamental que as meninas sejam incentivadas pelas famílias e no meio educacional, com apoio governamental e ações variadas

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