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MEIO AMBIENTE

Quase 200 km de praia no Sul da Bahia são atingidos por óleo

Pesquisadores apresentaram um relatório detalhado do desastre ambiental ao poder público

Por Da Redação

03/11/2022 - 12:06 h
Óleo encontrado nas praias do Sul da Bahia coloca em risco a fauna marinha
Óleo encontrado nas praias do Sul da Bahia coloca em risco a fauna marinha -

Pesquisadores voluntários que fazem parte do Grupo de Amigos da Praia (GAP) denunciaram ao poder público a existência de manchas de óleo em quase 200 quilômetros de praia no Sul da Bahia. O relatório, entregue nesta terça-feira, 1, à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ilhéus, Inema, Ibama e Ministério do Meio Ambiente, foi produzido com base em informações compiladas por moradores de oito cidades.

Ao todo, são 192 quilômetros contaminados com óleo. Ainda não se sabe se é o mesmo produto que apareceu no litoral brasileiro em 2019. O maior número de denúncias vem da praia da Avenida, em Ilhéus, local de grande fluxo de ao menos quatro espécies de tartarugas. Segundo o levantamento, por estar em pequenas pelotas e pulverizado em toda a linha de maré, o óleo pode ser ingerido facilmente e afetar a cadeia alimentar por meio do consumo de peixes contaminados.

"O impacto ambiental e prejuízos à biodiversidade marinha e ao Bioma Restinga está sendo mensurado pela academia científica desde 2019 e não se chegou a um número preciso de prejuízo ambiental, econômico, social, impedimento de uso do ambiente costeiro para os mais diversos fins em face da poluição", diz trecho documento.

Para se ter uma ideia, o GAP informa que apenas no 15 de outubro, um mutirão comunitário de limpeza retirou da praia que fica próximo à Avenida Soares Lopes 18 kg de óleo. O grupo tem realizado atividades de limpeza em praias com envolvimento comunitário e informou que a Prefeitura de Ilhéus anunciou a chegada de um grupo de 150 homens para reforçar os trabalhos.

O presidente do grupo, Gabriel Macedo, espera que o relatório científico contribua para a busca de soluções, com objetivo de promover a limpeza da linha de maré de forma mais eficiente.

“Atualmente tudo é feito na mão, da forma mais tosca e artesanal possível. O voluntário fica 1 hora no sol catando óleo e cansa muito. É preciso usar máscara, pois o óleo é contaminante. Imagina o trabalhador do município ficar exposto ao sol por oito horas diárias, além da exposição ao óleo bruto. É altamente insalubre a atividade", diz Macedo.

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