MEIO AMBIENTE
Quase 200 km de praia no Sul da Bahia são atingidos por óleo
Pesquisadores apresentaram um relatório detalhado do desastre ambiental ao poder público
Por Da Redação
Pesquisadores voluntários que fazem parte do Grupo de Amigos da Praia (GAP) denunciaram ao poder público a existência de manchas de óleo em quase 200 quilômetros de praia no Sul da Bahia. O relatório, entregue nesta terça-feira, 1, à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ilhéus, Inema, Ibama e Ministério do Meio Ambiente, foi produzido com base em informações compiladas por moradores de oito cidades.
Ao todo, são 192 quilômetros contaminados com óleo. Ainda não se sabe se é o mesmo produto que apareceu no litoral brasileiro em 2019. O maior número de denúncias vem da praia da Avenida, em Ilhéus, local de grande fluxo de ao menos quatro espécies de tartarugas. Segundo o levantamento, por estar em pequenas pelotas e pulverizado em toda a linha de maré, o óleo pode ser ingerido facilmente e afetar a cadeia alimentar por meio do consumo de peixes contaminados.
"O impacto ambiental e prejuízos à biodiversidade marinha e ao Bioma Restinga está sendo mensurado pela academia científica desde 2019 e não se chegou a um número preciso de prejuízo ambiental, econômico, social, impedimento de uso do ambiente costeiro para os mais diversos fins em face da poluição", diz trecho documento.
Para se ter uma ideia, o GAP informa que apenas no 15 de outubro, um mutirão comunitário de limpeza retirou da praia que fica próximo à Avenida Soares Lopes 18 kg de óleo. O grupo tem realizado atividades de limpeza em praias com envolvimento comunitário e informou que a Prefeitura de Ilhéus anunciou a chegada de um grupo de 150 homens para reforçar os trabalhos.
O presidente do grupo, Gabriel Macedo, espera que o relatório científico contribua para a busca de soluções, com objetivo de promover a limpeza da linha de maré de forma mais eficiente.
“Atualmente tudo é feito na mão, da forma mais tosca e artesanal possível. O voluntário fica 1 hora no sol catando óleo e cansa muito. É preciso usar máscara, pois o óleo é contaminante. Imagina o trabalhador do município ficar exposto ao sol por oito horas diárias, além da exposição ao óleo bruto. É altamente insalubre a atividade", diz Macedo.
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