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INCERTEZAS

Recurso traz alívio, mas não resolve futuro das filantrópicas baianas

Dirigentes temem que auxílio aprovado pelo Senado não seja pago em função do resultado das eleições

Por Priscila Dórea

06/11/2022 - 6:15 h
Santa Casa Ruy Barbosa, no município de Ruy Barbosa, é uma das instituições filantrópicas que sofrem com a defasagem da tabela SUS
Santa Casa Ruy Barbosa, no município de Ruy Barbosa, é uma das instituições filantrópicas que sofrem com a defasagem da tabela SUS -

Mesmo em comemoração pela aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 7/2022 pelo Senado, que libera o recurso de R$2 bilhões para Santas Casas e hospitais filantrópicos, o futuro das instituições ainda é de incertezas. O PLP - que ainda aguarda a sanção presidencial para entrar em vigor -, foi apresentado como uma forma de ajudar no custeio de serviços prestados pelas instituições, inclusive o piso da enfermagem. Porém, o valor apenas alivia o peso dos longos anos de dívida, oferecendo um respiro que não deve durar muito se outras medidas não forem tomadas.

“Levando em consideração que nos meses de novembro e dezembro teremos a incidência do pagamento do 13° Salário, e que não há informações de quanto cada instituição irá receber desses R$ 2 bilhões ou quando esse recurso estará disponível, nosso receio é que o valor não supra o impacto financeiro na folha de pagamento de novembro, dezembro e do 13° dos colaboradores”, explica o provedor da Santa Casa de Valença, Marcelo Dantas Cabral.

O PLP prevê que recursos dos Fundos Nacionais de Saúde e de Assistência Social, não usados pelos estados e municípios desde 2017, possam ser repassados em favor das Santas Casas e hospitais filantrópicos. Se os saldos não forem suficientes, o governo federal se responsabiliza por transferir os recursos que forem necessários para cobrir as diferenças encontradas.

“E embora o atual governo não tenha sido ruim para as Santas Casas, hoje, na minha opinião, existe um risco iminente do não pagamento desse recurso, tendo em vista a perda da eleição. Existe ainda outra preocupação, pois no momento não há nenhum plano que defina de onde virá o recurso para ajustar os contratos com as entidades filantrópicas a partir de janeiro de 2023”, explica Marcelo Cabral.

O inegável, no entanto, é que esse recurso chega em um ótimo momento. “Isso porque as instituições filantrópicas têm continuamente sofrido com a defasagem da tabela SUS. O valor não supre todas as necessidades, mas vai contribuir para melhorar ainda mais os serviços prestados. Independente das mudanças ocorridas, torcemos para que os contratos sejam cumpridos e os compromissos assumidos sejam honrados”, afirma o superintendente da Santa Casa de Misericórdia de Ruy Barbosa, Neuberth Almeida Lima.

E a situação das instituições de saúde filantrópicas, que já era ruim, havia muitos anos, pela falta de manutenção da tabela do SUS, se agravou ainda mais com a chegada da Covid-19. Grande parte dos insumos e medicamentos teve um aumento de quase 1000% em seus valores durante a pandemia, afirma o provedor da Santa Casa de Cachoeira, Luiz Antônio Costa Araújo. De acordo com ele, a recorrente falta de recurso e os valores baixos repassados pelo SUS têm exigido um elaborado malabarismo dos administradores.

“O déficit mensal dos serviços contratados pelo SUS que o Hospital da Santa Casa de Cachoeira sofre é de R$150 mil e para suprir isso utilizamos recursos oriundos dos aluguéis dos imóveis, receitas do cemitério, com os planos de saúde e a procura de serviços particulares. Mas caso o Ministério da Saúde não obtenha novo recurso orçamentário para repassar aos hospitais, principalmente com a implantação do piso da enfermagem, muitos vão fechar, outros serão objeto de cobiça e incorporados às empresas privadas, e alguns irão mudar seu perfil, reduzindo as ofertas a pacientes do SUS”, explica o provedor.

Bem-vindo

Esse recurso de R$2 bilhões é muito bem vindo justamente por causa do subfinanciamento histórico do SUS, afirma o presidente da Confederação das Santas Casas de Misericórdia (CMB), Mirocles Véras, que levou as Santas Casas e hospitais filantrópicos a uma situação crítica. Em média, para cada R$100 gastos, o SUS paga R$40, e isso levou as instituições ao endividamento e dificuldades. Verás explica que esse recurso deverá ser investido em pessoal e fornecedores para que seja possível fechar o ano com o mínimo de condições de continuar com os atendimentos.

“E a falta de recurso não é só para as nossas instituições, a falta de recurso é no orçamento da União, e isso precisa ser discutido. Temos que priorizar a saúde dos brasileiros, mas com recurso. Espero que com essa mudança de governo tenhamos a oportunidade de discutir com os filantrópicos e os priorizar, principalmente pela importância que temos no SUS e isso nos faz ter a esperança que em 2023 possamos começar a construir junto ao novo governo um sistema de saúde sustentável para as filantrópicas”, torce Mirocles Véras.

Essa semana, o presidente da CMB irá a Brasília para tratar sobre o PLP no Ministério da Saúde e na Casa Civil. “Naturalmente, acredito que não vá ter nenhuma dificuldade, até porque quando a lei foi feita a negociação foi feita em conjunto com o Ministério da Economia, da Saúde e da Casa Civil. Então, esse recurso está garantido e não vejo dificuldades do presidente de imediato atender essa reivindicação, a qual foi uma promessa dele”, afirma.

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