Empreendedores buscam qualificação para impulsionar vendas do São João

O período junino pode até levar muita gente a gastar dinheiro com as delícias típicas da época e as festas características do mês de junho, mas também é uma excelente oportunidade para quem quer garantir uma renda extra. Pensando nisso, pequenos empreendedores apostam em qualificação para manter as vendas em alta no São João.

A microempreendedora Luana Elizabeth Machado (@betiscoito) não pensou duas vezes ao aceitar o convite do Instituto João Carlos Paes Mendonça de Compromisso Social para montar com a sua filha, Larissa Machado, uma barraquinha de comidas típicas de São João no Salvador Norte Shopping. Autônoma, Beth, como se apresenta para os clientes, trabalha com gastronomia há seis anos e, por ter finalizado cursos gratuitos no Instituto, foi contemplada com um espaço no centro de compras entre os dias 2 e 15 de junho.

Naiana Laborda, coordenadora do Instituto João Carlos Paes Mendonça, conta que o desafio das barracas juninas no shopping foi proposto a empreendedoras que já trabalham no ramo da gastronomia. Além da barraca de Luana Elizabeth, outra empreendedora poderá vender guloseimas juninas entre os dias 16 e 30 de junho.

“Nestes períodos comemorativos, buscamos potencializar esses negócios. No final do ano, fizemos curso de panetone trufado, de cone trufado para a Páscoa. Na época do Carnaval, disponibilizamos curso de maquiagem. Essas pessoas buscam a qualificação prévia para estarem preparadas nestas épocas”, explica.

Para Beth, os cursos de Panetone Trufado, Empreendedorismo e Criação Gráfica para Instagram foram cruciais para o aprimoramento do seu negócio. Apesar dos seus carros-chefes serem os bolos de festa, doces e biscoitos, a empreendedora vestiu a camisa do São João e apostou nas comidas típicas, como canjica, mungunzá e bolos regionais para alavancar as vendas.

Cássio Lázaro, coordenador de Educação do Senac, destaca a “importância dos empreendedores buscarem qualificações específicas para cada época”. Com a proximidade do São João, a instituição de ensino disponibiliza cursos de licores, iguarias juninas, bolos regionais e outras técnicas demandadas no período.

Ao contrário do que se acredita, os cursos não são exclusivos para quem quer aprender as receitas do zero. Empreendedores que já dominam a gastronomia podem – e devem! – buscar o aperfeiçoamento.

Decoração junina

“Receitas podemos encontrar em qualquer lugar, mas a técnica culinária, as dicas, como os pontos dos bolos, as cores ideais, temperatura do forno, como publicar as fotos das iguarias nas plataformas digitais, são o foco dos cursos. Com esses conhecimentos, o empreendedor pode fazer o que quiser, pode incrementar as receitas de família, criar algo”, explica.

Junto à música boa e à variedade gastronômica, as belas decorações de São João completam o combo que faz com que esta época do ano seja uma das mais encantadoras. Neste período, seja para enfeitar os espaços, as mesas e, até mesmo, as comidas, os artesanatos chegam com tudo.

Desde que passou a profissionalizar o seu trabalho como artesão, em 2015, Verano Magalhães investiu em cursos da Escola Virtual do Artesanato da Bahia para aperfeiçoar as suas técnicas e o seu negócio. Um dos conceitos que aprendeu e está colocando em prática neste São João é o de sazonalidade, que consiste em adaptar e agregar os produtos comercializados para a época.

Neste mês de junho, o foco do artesão, que trabalha com madeira, é vender para aquelas pessoas que não dispensam um churrasquinho em frente à fogueira. Tábuas de corte e petisqueiras são algumas das suas peças de destaque para o período junino.

Na cidade de Irará, Luciene Rocha, da Arte e Encanto, está com um projeto novo para o São João. A artesã decidiu fazer uma homenagem ao sertão brasileiro e personalizar as suas famosas licoreiras com o tema Coisas do Sertão. A ideia de eleger um tema para os porta-licores surgiu a partir dos cursos que fez no Centro de Comercialização Artesanato da Bahia.

“Aprendi a administrar a minha empresa, a ter segurança para precificar o meu produto. Nas redes sociais também estou mais à vontade. As licoreiras, por exemplo, eu fazia por fazer, não elegia um tema. Agora, com a ajuda dos cursos, decidi escolher um tema e, graças a Deus, os produtos estão sendo um sucesso”, diz.

*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló