BAHIA
Umbucajá da Bahia não é fruto híbrido, atestam pesquisado
Por Cristina Santos Pita l Sucursal Santo Antônio de Jesus

O umbucajá, fruto muito apreciado na Bahia, que passou décadas conhecido como um híbrido entre umbu e cajá, agora tem nome e espécie definidos. Após a descoberta dos pesquisadores Paulo Cezar Carvalho, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (Ufrb), e Marlon Machado, da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), ganha nomenclatura própria, como Spondias bahiensis P. Carvalho, Van den Berg & M. Machado.
Essa espécie de umbucajá encontrada na Bahia é diferente da existente na Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte porque a fruta de lá é um híbrido entre umbu e cajá. "A da Bahia foi comprovada cientificamente tratar-se de uma espécie nova", garante Carvalho.
O artigo com o estudo detalhado foi divulgado em junho na Revista Neodiversity, publicação online de língua inglesa sobre a biodiversidade neotropical.
Pesquisa
A pesquisa de Carvalho foi iniciada há 12 anos. "Sempre desconfiei que não fosse híbrido", disse. Segundo ele, muitos achavam que a planta era uma mistura do umbu com o cajá, mas aparentemente, pela cor amarela, igual à de cajá, a copa da árvore e a acidez do umbu.
Numa profunda pesquisa, foram comprovadas as diferenças entre as três espécies. Para o professor, com este trabalho foi possível derrubar a ideia de que esta planta é um híbrido. "Hoje, ela tem seu nome definitivo. O Spondias é um gênero, e o bahiensis porque a planta é encontrada na Bahia. Serve para diferenciar do umbucajá da Paraíba e Pernambuco, que é híbrido", afirmou.
Diz o professor Carvalho: "Quando se falava em umbucajá não se definia uma espécie. Ela é capaz de produzir semente e gerar frutos. Já um híbrido não se reproduz porque é uma planta estéril. Numa espécie definida sem sombra de dúvida, e boa, podem-se fazer trabalhos com os descendentes, as sementes e até ser usada com outras espécies do mesmo gênero Spondias.
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