CUIDADOS
Viva em plenitude o verão sem pandemia
Inclua no kit este ano mais cuidados de saúde para lidar com o calor, praias lotadas e turistas circulando
Por Jane Fernandes

Após duas temporadas sob restrições resultantes da pandemia de Covid-19, Salvador vive seu primeiro verão com capacidade plena: praias lotadas, turistas circulando e uma sequência de shows e ensaios. No entanto, a animação para curtir a estação, que segue até 20 de março, precisa ser aliada a cuidados adicionais para manter a saúde em dia.
Além de reforçar a hidratação, bebendo bastante água e líquidos não-alcoólicos em geral, evitar excesso de exposição para não sofrer de insolação, e manter a atenção aos alimentos consumidos fora de casa, principalmente em festas de rua, pode prevenir algumas doenças cuja frequência é aumentada neste período de altas temperaturas. O cuidado vale para crianças e adultos, homens e mulheres, mas o público feminino é ainda mais vulnerável, pois um simples biquíni molhado pode resultar em danos à sua saúde íntima.
Cuidados com a pele
Algumas doenças cutâneas surgem mais facilmente durante o verão, devido à combinação da radiação solar, altas temperaturas, umidade, contato com areia e água da piscina, entre outros, comenta a dermatologista Marilu Tiúba. Outro aspecto apontado por ela é o agravamento de problemas pré-existentes, além da necessidade de redobrar a atenção na prevenção ao câncer de pele.
Entre as doenças com caráter sazonal, a médica menciona a micose de pele, mais conhecida como pano branco, e o bicho geográfico. No primeiro caso, a causa está na colonização de fungos na pele, provocando manchas no corpo, com coloração branca, vermelha ou castanha, que podem ser acompanhadas por descamação e coceira local. Manter a pele sempre seca, principalmente nas áreas de dobras é a recomendação para prevenir a micose.
Um dermatite causada por parasitas encontrados nas fezes de gatos e cachorros doentes, o bicho geográfico (Larva Migrans|) penetra na pele causando lesões lineares que coçam bastante, explica a especialista. Os pés e as nádegas costumam ser as regiões mais acometidas por serem as áreas mais expostas ao solo contaminado, mas o parasita pode afetar qualquer região do corpo que tenha entrado em contato.
Para quem tem melasma e acne, o verão exige ainda mais atenção, com uso permanente do filtro solar adequado e reaplicação regular, lembra Marilu. Manter a pele protegida da radiação ultravioleta proveniente do sol também é fundamental para prevenir o câncer de pele, tumor maligno com maior incidência no Brasil, segundo o Instituto Nacional do Câncer.
Atenção a olhos e ouvidos
Não há estatísticas que dimensionem o aumento durante o verão, mas os surtos de conjuntivite nesta época são conhecidos pela população em geral. O incremento é resultante de dois fatores, segundo a oftalmologista Carla Cordeiro, do DayHORC, o impacto favorável da temperatura elevada na proliferação de patógenos e a aglomeração de pessoas em festas e afins.
“É uma inflamação/infecção na conjuntiva, que é uma película fina e transparente que cobre a esclera - parte branca do olho. Os principais sintomas são vermelhidão, lacrimejamento, inchaço nas pálpebras, intolerância à luz, visão embaçada e sensação de corpo estranho nos olhos”, diz a médica. Para prevenir a ocorrência, o mais importante é manter a higiene das mãos, lavando frequentemente com água e sabão.
Quando causada por vírus e com quadro leve associado, a conjuntivite é autolimitada, cumpre seu ciclo e desaparece sozinha, mas “é fundamental procurar atendimento oftalmológico em caso de persistência de sintomas e/ou incômodo ocular”, avisa a especialista. Sem indicação de um profissional, as únicas medidas recomendadas são a aplicação de compressas de água geladas e a higienização dos olhos com água filtrada.
Carla ressalta que a conjuntivite também pode ser provocada por uma infecção bacteriana ou ser resultante de um processo alérgico, e a conduta de tratamento mudará a depender da causa. Ela lembra que no verão ocorre um aumento das alergias oculares de forma geral, além de maior frequência de terçol.
Com o calor e o sol brilhando, os banhos de mar e piscina também ficam mais frequentes no verão, aumentando a exposição da pele do canal auditivo à água. Esse cenário favorece o aparecimento da otite externa, uma infecção no canal auditivo, explica o otorrinolaringologista André Apenburg, da Otorrino Center. Dor de ouvido, coceira, secreção, diminuição na audição, vermelhidão e inchaço da orelha são alguns dos sintomas característicos da doença.
Para prevenir a otite, o médico recomenda secar as orelhas após exposição à água, usando uma toalha ou papel macios, e evitar nadar em águas contaminadas ou piscinas que não estão adequadamente higienizadas. “Não tente limpar a cera do ouvido com cotonetes, clipes ou grampos, esse hábito, além de retirar a cera que protege o ouvido, pode irritar a pele e favorecer as infecções”, completa.
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