LUZ AMARELA
Agro acende sinal de alerta com queda das commodities
Resultado pode ser desastroso para a economia do país, que tem no agro o grande motor
Por Da Redação

Os preços das commodities agrícolas estão em queda livre, o que tem preocupado o agronegócio brasileiro. Entre maio de 2022 e maio de 2023, foi enorme o tombo dos preços do milho, da soja e do boi gordo.
A saca de 60 quilos do milho recuou 37% no período, de R$ 86,25 para R$ 53,77. A saca de 60 quilos da soja caiu quase 30%, de R$ 190,05 para R$ 134,11. A arroba do boi gordo teve uma desvalorização de 24%, de R$ 321,40 para R$ 243,25. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP).
Com o preço mais baixo, a receita do produtor cai, obviamente. De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, o Valor Bruto da Produção (VBP) deve terminar este ano em R$ 1,229 trilhão, ante R$ 1,245 trilhão da estimativa anterior, o que significa R$ 16 bilhões a menos. O VPB é o faturamento bruto registrado pelos estabelecimentos rurais do país, considerando as produções agrícola e pecuária e a média de preços praticados pelos produtores.
O resultado pode ser desastroso para a economia do país, que tem no agro o seu grande motor. Com uma participação de 24,8% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, o agro, hoje, movimenta uma cadeia de produção que atravessa várias indústrias, desde a renovação do maquinário agrícola, passando pelo setor automobilístico e até pelo mercado das grifes de luxo. Além disso, o comércio local das cidades do Centro-Oeste e do interior paulista, regiões que concentram a produção do agro brasileiro, pode ser fortemente impactado.
Outros problemas desencadeados pela queda no valor das commodities já estão presentes. Pecuaristas têm indicado redução na intenção de confinamento do gado neste ano, por causa da forte desvalorização do boi gordo. Os baixos preços também deixam mais evidentes as dificuldades estruturais, como a do armazenamento de grãos. A venda tem de ser mais rápida e, assim, a preços menos vantajosos para os produtores, que ainda pagam mais caro pelo frete.
Compartilhe essa notícia com seus amigos
Cidadão Repórter
Contribua para o portal com vídeos, áudios e textos sobre o que está acontecendo em seu bairro
Siga nossas redes