MEIO AMBIENTE
Amazônia registra dia com mais queimadas em agosto nas últimas décadas
Desde 2002 não são registrados mais de 3 mil focos na região
![Número de focos registrados no último dia 22 é elevadíssimo](https://cdn.atarde.com.br/img/Artigo-Destaque/1200000/1200x720/Artigo-Destaque_01204421_00-ScaleDownProportional.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.atarde.com.br%2Fimg%2FArtigo-Destaque%2F1200000%2FArtigo-Destaque_01204421_00.jpg%3Fxid%3D5538047%26resize%3D1000%252C500%26t%3D1720989663&xid=5538047)
O programa ‘Queimadas’, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), registrou 3.358 focos de queimas na Amazônia na última segunda-feira, 22. A quantidade é a maior para o mês desde agosto de 2002.
O número de focos registrados no último dia 22 é elevadíssimo. Considerando apenas valores correspondentes a agosto, nenhum outro dia dos últimos 20 anos ultrapassou os 3 mil focos de calor.
As últimas vezes aconteceram em 23 de agosto de 2002, quando foram registrados 3.548 focos e, no dia 25, outras 3.300 queimadas foram capturadas pelo satélite do Inpe.
Considerando que desmate e queimadas são ações interligadas, é de se esperar que, em momentos de grande derrubada, haja também grandes focos de fogo, uma vez que após derrubar a mata, os desmatadores deixam a matéria orgânica no solo e, no período seco da Amazônia, ateiam fogo para "limpar" a área.
A Amazônia vive um momento de intensa e crescente derrubada, situação acentuada com o início do governo Bolsonaro (PL). No mesmo dia em que mais de 3.300 focos de queimadas foram registrados, o atual presidente desdenhou da situação em entrevista ao Jornal Nacional da Rede Globo.
"Acontece [fogo]. Grande parte disso aí...alguma parte disso aí é criminoso, sei disso. Outra parte não é criminoso. É o ribeirinho que toca fogo ali na sua pequena…."
Durante sua gestão, o candidato à reeleição minimizou as queimadas e desmatamentos no país, e em alguns momentos até culpou indígenas pela situação.
Em discurso na Assembleia-Geral da ONU, em 2020, Bolsonaro afirmou que ‘os incêndios acontecem nos mesmos lugares, no entorno leste da floresta, onde o caboclo e o índio queimam seus roçados em busca de sua sobrevivência, em áreas já desmatadas ».
O número de queimadas registrado na última segunda-feira chega a superar o que ficou conhecido como "dia do fogo", no qual produtores rurais combinaram para um mesmo período queimas de pasto e áreas em processo de desmate. Nos dias 10, 11, 12, 13 e 14 de agosto de 2019 foram registrados, respectivamente, 1.173, 2.366, 1.314, 2.302 e 2.153 focos de queimadas.
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