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Caso Vitória: morte foi praticada de forma 'cruel', diz juiz

Por José Maria Tomazela | Estadão Conteúdo

26/07/2018 - 19:27 h | Atualizada em 19/11/2021 - 9:05

O juiz Flávio de Carvalho, da 1ª Vara Criminal de São Roque, aceitou a denúncia do Ministério Público Estadual contra os três acusados do assassinato da menina Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, de 12 anos, em Araçariguama, interior de São Paulo. No despacho, divulgado nesta quinta-feira, 26, o juiz destacou "a gravidade dos fatos, pois, segundo consta, teriam arrebatado a vítima em virtude de dívida de drogas" e o "meio cruel na prática do crime, não bastasse a motivação pífia".

O juiz lembrou ainda que a menina era frágil e foi apanhada pelos criminosos quando brincava de patins, o que denotaria a periculosidade dos acusados. "Não se pode deixar de consignar que a vítima era uma pré-adolescente frágil, que estava brincando quando foi arrebatada, sendo que este fato, de arrebatar um vítima nesta circunstância, de início, aponta que o responsável por este ato pode possuir periculosidade acima da média, a sujeitar-se a tamanha crueldade, colocando em risco outras vítimas na mesma situação", escreveu.

Com a decisão, os acusados Júlio César de Lima Ergesse e o casal Bruno Marcel de Oliveira e Mayara Borges Abrantes, passam à condição de réus no processo. Júlio César e Bruno estão presos na penitenciária masculina de Tremembé, interior de São Paulo. Mayara está detida na penitenciária feminina da mesma cidade.

Os suspeitos foram denunciados pelo MP no dia 16 de julho, por sequestro, homicídio e ocultação de cadáver. O advogado do casal, Jairo Coneglian, disse que os dois continuam afirmando sua inocência e que vai apresentar a defesa prévia no processo criminal. Um defensor público será indicado para a defesa de Júlio César.

A menina Vitória desapareceu no dia 8 de junho, após sair de casa para andar de patins. Uma câmera registrou a menina brincando antes de sumir. A cidade se mobilizou em busca da garota. O corpo foi encontrado oito dias depois à margem de uma estrada rural. Conforme a perícia, ela teria sido amarrada e morta no mesmo dia do desaparecimento.

A investigação apontou que Vitória teria sido morta por engano, já que o alvo era a irmã de um rapaz que devia dinheiro a um traficante. Ela teria sido confundida com a outra garota. Segundo o MP, os acusados cometeram o crime mesmo sabendo que era a vítima errada.

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