FORA DA LEI
Deputado eleito e militares participaram de atos antidemocráticos
Relatórios enviados ao STF identificam também ação de milícias na organização dos movimentos
Por Da Redaçao

Políticos, integrantes de corporações militares e até milícia privada estão entre os organizadores e apoiadores de atos antidemocráticos que contestam o resultado da eleição do presidente Luís Inácio Lula da Silva no último dia 30 de outubro.
Relatórios produzidos por forças de segurança estaduais, a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do STF, apontam a participação de policiais, um oficial da reserva do Exército, um deputado federal eleito e candidatos derrotados nas manifestações ocorridas nos estados do Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Maranhão.
Moraes determinou a identificação dos líderes dos movimentos e também determinou ao Banco Central, nesta quinta-feira, 17, o bloqueio das contas bancárias de 43 empresários e empresas suspeitos de financiarem atos antidemocráticos realizados na última semana.
De acordo com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, 21 pessoas foram responsáveis por estimular os atos que pedem a intervenção das Forças Armadas para impedir a posse do presidente eleito, incluindo cinco agentes públicos, entre eles o delegado da Polícia Civil Heliomar Athaydes Franco, candidato a deputado federal pelo Republicanos que não foi eleito.
Relatório entregue a Moraes pela inteligência da Polícia Militar gaúcha destaca que publicações de Heliomar nas redes sociais incitaram a participação nos atos antidemocráticos, além de registrar a presença do policial civil em um dos protestos em que a pauta era a intervenção militar. Segundo os investigadores, essas postagens foram apagadas posteriormente, mas a equipe de inteligência da Polícia Militar já havia arquivado o material.
O relatório da Polícia Civil do Rio Grande do Sul também aponta a participação do militar Luciano Zucco, deputado federal recém-eleito pelo Republicanos, que nas redes sociais convocou manifestantes em Porto Alegre. Ex-deputado estadual, Zucco foi analista de inteligência do Exército e assessorou o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) durante sua campanha ao Senado.
Um relatório produzido pela Polícia Civil do Espírito Santo, além de identificar policiais na organização dos atos, apontou para atuação do que classifica como “milícia privada” no fechamento de rodovias do estado. Os relatórios de inteligência produzidos pela Policia Militar do Maranhão também mostram a participação de um agente de segurança nas manifestações em frente do 24º Batalhão de Infantaria de Selva em São Luís.
Segundo o documento enviado ao Supremo, Marcelo Thadeu Penha Cardoso, investigador da Polícia Civil do estado, teve "participação mais ativa" nos atos. Cardoso tentou uma vaga de deputado estadual pelo Podemos em outubro, mas não conseguiu se eleger.
Os documentos enviados a Moraes também apontam a participação de empresários, fazendeiros e políticos nas manifestações antidemocráticas pelo país.
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