Investigação aponta que Adriano da Nóbrega reuniu milicianos após assassinato de Marielle Franco

Elementos de diversas investigações envolvendo o miliciano Adriano da Nóbrega e os assassinatos da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes apontam que o criminoso convocou uma reunião com milicianos para tratar do crime.

De acordo com publicação do portal UOL, o ex-PM, que foi morto em operação policial na Bahia em 2020, reuniu-se com milicianos e matadores em uma padaria de Rio das Pedras, localidade onde chefiava a milícia, para, de acordo com testemunhas, averiguar se algum de seus aliados estava envolvido no crime.

A informação foi dada em depoimento do miliciano Jorge Alberto Moreth, o Beto Bomba, à Polícia Civil. De acordo com ele, Adriano convocou a reunião no dia seguinte à morte de Marielle para apurar quem estaria envolvido no crime.

O depoimento de Beto Bomba coincide com a proposta de delação premiada da viúva de Adriano, Júlia Emílio Lotufo, ao Ministério Público do Rio de Janeiro. No depoimento, Júlia afirmou que Adriano teria negado pedido do miliciano Maurição para matar Marielle e que por isso teria convocado os aliados para pedir explicações.

A reunião também foi tema de uma ligação encontrada no celular do ex-pm Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle.

"Tu sabe que eu nunca gostei de me meter. Aquele dia que tu me falou o negócio lá que eles estavam reunidos no dia da, da morte lá da vereadora, que eles ficaram lá no, tu me falou isso no Rio das Pedras, o que eu falei pra tu? No Rio das Pedras não, no, no Quebra-Mar, que que eu falei? Quero nem saber meu filho, não falei isso pra tu? Não quero nem saber dessa merda. Porra, sai fora meu irmão, eu não gosto nem de saber dessas coisas", disse Ronnie durante a chamada.

De acordo com o MP-RJ, a conversa entre Lessa e um interlocutor chamado Kaká, foi forjada pelo ex-PM com a intenção de despistar sua atuação no caso.

Adriano chegou a ser investigado pelo MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e pela Polícia Civil por possível envolvimento na morte de Marielle, mas a hipótese foi descartada.