XENOFOBIA
Juliette desabafa após pedirem para ‘neutralizar’ sotaque em dublagem
Cantora disse ter ficado feliz, quando foi convidada, em poder trazer representatividade com sua voz
Por Da Redação

A cantora Juliette Freire, campeã do BBB 21, fez um desabafo nas redes sociais na sexta-feira,10, após passar passar por alguns episódios de xenofobia que sofreu por seu sotaque nordestino. Durante o relato, ela revelou que foi convidada para dublar um filme de impacto internacional e pediram que ela neutralizasse o sotaque.
Juliette é natural de Campina Grande, na Paraíba. Entre os desabafos, ela contou que, quando recebeu o convite, tinha ficado feliz em poder trazer representatividade em sua voz.
"Eu fiquei muito feliz, muito emocionada, porque eu pensei 'caramba, um filme de projeção internacional. Se eu puder contribuir com isso, como vai ser bonito uma criança identificar que o personagem fala igual [a ela]'", diz a cantora.
"Eu cheguei lá e, a primeira coisa, eu entro no estúdio e uma pessoa falou assim: 'ó, eu só queria te pedir uma coisa. Tem como tu neutralizar um pouquinho o teu sotaque?", conta.
Juliette também disse que já está calejada com esse tipo de situação, mas seu relato despertou discussões na internet sobre preconceito linguístico e xenofobia. Neste sábado,11, Juliette voltou a se pronunciar sobre a repercussão da situação e comentou estar feliz em ver o debate ser levado a sério.
"Eu já entendia sobre esse fenômeno da neutralização, dessa tendência na mídia, os repórteres, todo esse universo nos filmes… Talvez eu nem tenha sido tão boa no teste, mas quando eu fui pedida para neutralizar [o sotaque] aquilo já veio à minha cabeça como se essa fosse uma das razões", diz.
A cantora citou também alguns dos efeitos que o preconceito contra os sotaques nordestinos traz ao dia a dia.
"Esse exemplo que eu dei foi só um de vários outros. Tem a questão de encarar o sotaque nordestino de uma forma caricata e rir, tem a questão dos meus amigos não conseguirem alugar um imóvel. (...) Então, a mensagem que eu quis deixar foi simplesmente a seguinte: xenofobia existe, sim, e ela está enraizada na nossa cultura e a gente precisa questionar", disse.
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