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PMs de São Paulo usam armas superadas e sucateadas

Por Agencia Estado

21/08/2006 - 0:00 h

Enquanto o crime organizado possui um arsenal de equipamentos potentes, modernos e sofisticados, o armamento da Polícia Militar (PM) de São Paulo segue parado no tempo. Até os dias de hoje, soldados e cabos utilizam o revólver calibre 38, com capacidade para seis tiros e também conhecido como pica-pau. A arma ganhou esse apelido por causa do precursor - a agulha que encosta no projétil e aciona o disparo -, que é semelhante à cabeça da ave, famosa nos desenhos animados.

Pelo regulamento disciplinar da PM, o policial só deve andar com cinco balas no tambor dessa arma. Ele tem de deixar o primeiro espaço para a munição vazio, já que a arma não possui trava de segurança e pode disparar sozinha.

O pica-pau está "extinto" na região central e nos bairros nobres da Capital, como Jardins, Pinheiros, Itaim Bibi e Moema.

Nessas áreas, os PMs trabalham como a pistola semi-automática ponto 40 (com capacidade para 11 tiros) ou, na pior das hipóteses, com um outro modelo de revólver calibre 38, capaz de disparar sete tiros e que conta com a trava de segurança.

"Aqui é a Beverly Hills de São Paulo, aqui não tem arma velha", brincou um PM que trabalha em Perdizes. Nas regiões mais violentas, onde os PMs deveriam estar mais bem equipados, acontece o contrário. Essas áreas foram as mais atacadas durante a onda de atentados promovida pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Os PMs contaram que na época dos primeiros ataques, em maio, teve policial que fez blitz com mosquetão, aquela arma antiga, muito usada em salva de tiros nas cerimônias oficiais.

Na zona sul, um soldado pegou sua arma e mostrou o tambor. Era o pica-pau carregado com seis munições. "Se a corregedoria pegar, levo uma canetada (advertência). Sei que estou errado, mas se o governo não dá equipamento melhor, uma bala a mais pode salvar minha vida."

Em regiões do extremo sul da capital tem sargento que trabalha com o ultrapassado revólver de seis tiros. "Até ladrão de celular e pé-de-chinelo usam arma melhor", desabafou o policial. Com os criminosos, a polícia apreende armas sofisticadas, como fuzis AR-15 e metralhadoras 9 mm, além de bombas e granadas. A mesma coisa acontece do outro lado da cidade, na zona leste: pica-pau na cintura e seis munições no tambor. "É isso que a PM me dá para trabalhar. Você acha que eles estão preocupados com a minha segurança e a da população?"

No dia da entrevista, o soldado, para se proteger, usava duas armas particulares para trabalhar. Um revólver calibre 38 de sete tiros e uma pistola calibre 380, capaz de efetuar 13 disparos. Até o projétil, que é usado em trabalho, ele compra com o dinheiro do seu bolso.

Também pode-se encontrar o pica-pau com guardas-civis e ferroviários. Para fazer o patrulhamento na capital, a PM ainda dispõe de espingarda calibre 12 e metralhadora calibre 9mm, usadas somente por sargentos e oficiais. Esse tipo é mais raro no patrulhamento das ruas.

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