Policial feminina é torturada com ripa de madeira por fatia de pizza | A TARDE
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Policial feminina é torturada com ripa de madeira por fatia de pizza

Agressão ocorreu durante curso tático da PM do Ceará

Publicado quarta-feira, 21 de junho de 2023 às 09:52 h | Atualizado em 21/06/2023, 11:18 | Autor: Da Redação
Vítima fez desabafo nas redes socais
Vítima fez desabafo nas redes socais -

Uma policial feminina denuncia que foi torturada  com uma ripa de madeira durante um curso tático da Polícia Militar do Ceará. O autor das agressões é instrutor da Polícia Militar. O fato ocorreu no último dia 8, mas teve repercussão nas redes sociais nesta quarta-feira, 21.

Em relato nas redes sociais, ela ainda afirma que outras 21 mulheres teriam sido agredidas, todas alunas do curso. A razão para a violência  teria sido o sumiço de uma fatia de pizza.

Em foto, ela mostra as marcas deixadas pela violência das agressões, com uma série de hematomas pelo corpo.  A Secretaria de Segurança do Ceará investiga o caso.

"Essa agora sou eu, vítima de um macho escroto que se diz instrutor de curso. Um cabo da Polícia Militar do Tocantins, que mesmo depois do ocorrido está sendo ovacionado pala instituição e por todos que participaram do curso. Curso tático policial feminino. Sim, é um curso direcionado apenas para as mulheres",  desabafou a vítima.

Repercussão

O Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc) fez posicionamento sobre o assunto. Em nota recebida pelo Portal A TARDE, o órgão coloca o repúdio ao episódio.  Veja:

O Sindicato dos Policiais Civis do Estado da Bahia (Sindpoc) está atento aos casos de assédio sexual e moral e emite nota de repúdio às agressões físicas e verbais sofridas por uma Policial Militar, de 53 anos, que preferiu não divulgar o nome por medo de represálias, que foi agredida a pauladas na região dos glúteos, durante Curso Tático Policial Feminino (CTAP), realizado pela Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (AESP). A servidora relata que, além das agressões ao corpo, sofreu também assédio psicológico, pois o instrutor  gritava e a chamava de " velha" .

A servidora registrou Boletim de Ocorrência na Casa da Mulher Brasileira do Ceará, o instrutor que é Cabo da Polícia Militar do Tocantins, foi afastado das aulas, e o diretor da AESP, o Coronel da PM Glauber Wagner Vieira de Paula, foi exonerado do cargo. O curso era destinado às mulheres do Corpo de Bombeiros, da Polícia Militar, e da Polícia Penal.

O Sindpoc reitera total indignação às agressões que geraram lesões corporais e psicológicas à servidora e destaca que a diretoria está vigilante para denunciar e adotar as medidas jurídicas cabíveis para combater os casos de assédio sexual, moral, e psicológico que atingem, principalmente, as mulheres. Não vamos nos calar diante da misoginia e do machismo frutos de uma sociedade construída a partir de alicerces patriarcais", diz a nota.

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