BRASIL
Políticos baianos e artistas saem em defesa de Mariana Ferrer
Por Da Redação

Políticos, artistas e outras personalidades se posicionaram através das redes sociais, nesta terça-feira, 3, sobre o caso Mariana Ferrer. Além da polêmica decisão do juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara Criminal de Florianópolis, que inocentou o empresário André de Camargo Aranha ao aceitar a tese de "estupro culposo", crime não previsto em lei, a jovem também foi humilhada pelo advogado de defesa do acusado, Cláudio Gastão da Rosa Filho.
Pelo twitter, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), ressaltou que "estupro é estupro e ponto final". O político também desejou "força" à Mariana Ferrer e "a todas as mulheres do país". Também na rede social, o governador da Bahia, Rui Costa, demonstrou indignação. "Como pai de meninas e cidadão que acredita na Justiça, fiquei indignado com a condução da audiência e a decisão judicial", afirmou. Os dois usaram a hashtag "justiça por Mari Ferrer".
Falar em estupro culposo é violentar e humilhar a vítima duplamente. Estupro é estupro e ponto final. Um crime bárbaro, intencional e que precisa ser punido com rigor. Forças a Mari Ferrer e a todas as mulheres do nosso país. #justicapormariferrer
— ACM Neto (@acmneto_) November 3, 2020
Estupro culposo não existe. Como pai de meninas e cidadão que acredita na Justiça, fiquei indignado com a condução da audiência e a decisão judicial que utilizou a tese de que não houve a intenção de cometer o crime. Minha solidariedade a Mariana Ferrer. #justiçapormariferrer
— Rui Costa (@costa_rui) November 3, 2020
Ainda na esfera pública, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), comandado por Damares Alves, emitiu nota de repúdio ao termo "estupro culposo" e afirmou que acompanhará o recurso já interposto por Mariana.
"O MMFDH informa que acompanha o caso e que, quando a sentença em primeira instância foi proferida, em setembro, a Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres (SNPM) manifestou-se questionando a decisão, com envio de ofícios ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao Conselho Nacional do Ministério Público, à Corregedora-Geral de Justiça, à Ordem de Advogados do Brasil (OAB) e ao Corregedor-Geral do Ministério Público de Santa Catarina", afimou a pasta.
"É verdade esse absurdo? Uma mulher estuprada foi humilhada num julgamento com uma sentença que não existe chamada 'estupro culposo'? Jura, gente?", questionou a atriz e apresentadora Tatá Werneck pelo Instagram.
A também atriz Camila Pitanga disse que o termo de "estupro culposo" não existe e que esse tipo de sentença foi inventada para acobertar o crime. "Estupro culposo não existe. Um completo absurdo termos que discutir essa questão. É muito difícil ser mulher num País onde se inventa sentença para acobertar estuprador". "'Estupro culposo' não existe", concordou a cantora Iza pelo Twitter.
A atriz Bruna Marquezine lamentou o caso. "'Estupro culposo', pqp", escreveu. "Justiça por Mariana Ferrer", pediu Deborah Secco. A cantora Anitta se solidarizou com a vítima. "Mariana Ferrer, eu admiro sua coragem de uma forma que você nem imagina", escreveu ela no Twitter.
Inconformada com a decisão, a influenciadora Rafa Kalimann usou os stories para desabafar. "'Não teve a intenção de estupra-lá'. Ahn? Isso existe? Quantas ? Quantas vezes? Quantas vezes mais? Quantos outros medos? Quantas outras agressões? Quantos outros estupros 'sem querer'? Quanto tempo nós temos? Talvez nenhum. Não dá pra esse medo continuar. Quantas escondem o estupro ou a agressão por medo de expor e ninguém acreditar?", questionou ela, que também postou um texto sobre o assunto no feed.
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