TRADUÇÃO
Relatório de mudanças climáticas do IPCC ganha versão em Português
Documento resume conhecimento científico sobre mudança do clima
Por Da Redação

O governo brasileiro e o Pacto Global da ONU no Brasil lançam, neste sábado, 2, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP28) a versão em português do Relatório Síntese sobre Mudança Climática 2023, criado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). O evento será realizado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
Produto final do Sexto Relatório de Avaliação do IPCC (AR6), o documento resume o conhecimento científico sobre a mudança do clima, impactos e riscos generalizados, possibilidades de mitigação e de adaptação.
Conforme a apresentação do relatório, que foi assinado pelo Secretário-Geral da Organização Meteorológica Mundial, Petteri Taalas, e pela secretária-geral adjunta das Nações Unidas e Diretora Executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Inger Andersen, o relatório síntese “confirma que o uso insustentável e desigual de energia e da terra, bem como mais de um século de queima de combustíveis fósseis, inequivocamente causaram o aquecimento global, com a temperatura da superfície global atingindo 1,1 °C a mais que no período de 1850 – 1900 em 2011 – 2020.”
A previsão é de que a temperatura global aumentará em 1,5 °C na primeira metade da próxima década e “vai ser muito difícil controlar o aumento da temperatura dentro de 2 °C até o final do século XXI.”
Conforme o relatório, a limitação do aquecimento global exige zerar as emissões de gás carbônico (CO₂) emitido na queima de combustíveis fósseis (como petróleo e carvão) e biomassa (como ocorre nas florestas brasileiras).
A iniciativa da tradução é do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), feita em conjunto com o Pacto Global da ONU no Brasil. Segundo os publicadores, o texto em português facilita amplia a difusão de informações científicas sobre mudança do clima para toda a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) — além do Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné-Equatorial, Moçambique, Portugal, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe.
Em nota, o CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, Carlo Pereira, assinala que “o relatório traduzido é um grande esforço e acerto de todas as partes envolvidas. Quando se trata de mudanças climáticas, é preciso ser muito objetivo e derrubar qualquer barreira, dentre elas, a da língua. Tornar as informações científicas acessíveis a mais pessoas, empresas e países traz todos para a ação e permite que tudo seja mais assertivo.”
A ministra Luciana Santos (MCTI), afirmou que a elaboração do Relatório Síntese “contou com a contribuição de diversos cientistas brasileiros nos grupos de trabalho e no processo de elaboração dos relatórios”.
O documento do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas é o quinto traduzido pelo MCTI e pelo Pacto Global da ONU no Brasil. Já ganharam versões em português o “Relatório Especial do IPCC sobre o Aquecimento Global de 1,5 °C”; o relatório sobre Mudança do Clima e Terra; o relatório O Oceano e a Criosfera em um Clima em Mudança; e o relatório Mudança do Clima 2021.
A CPLP foi criada em 1996 visando aumentar as relações entre os países falantes do português e também para difundir o idioma. A Declaração Constitutiva descreve que um dos objetivos da comunidade é “o incentivo à cooperação bilateral e multilateral para a proteção e preservação do meio ambiente, nos Estados Membros, com vistas à promoção do desenvolvimento sustentável.” Juntos, os países da CPLP ocupam território de área total de 10 milhões de km² e formam uma população de mais de 250 milhões de habitantes. Os países não formam bloco de negociação na COP28, apesar da articulação de quase 30 anos.
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