Cidade Baixa ganha centro cultural do Sesi

Ainda bem que a península itapagipana ganhou um novo centro cultural e não mais uma igreja neopentecostal ou uma farmácia, empreendimentos que têm proliferado assombrosamente nas esquinas da velha São Salvador de uns bons anos pra cá.

No centenário casarão da avenida Caminho de Areia, na Cidade Baixa, onde, desde 1949, funciona a unidade Sesi Itapagipe com serviços nas áreas de educação e lazer, foi inaugurado um novo centro cultural para a comunidade baiana, que compreende também a Estação Ciência - museu interativo de ciência com tecnologia 4.0 e imagens em 3D, touchscreen e realidade virtual.

Com a Varanda Casa Branca - espaço para apresentações artísticas e eventos corporativos –, a Sala Letieres Leite, um teatro com capacidade para 127 lugares, e a Praça da Ciência, dotada de vários experimentos ao ar livre que exploram conceitos da física, o Centro Cultural Sesi Casa Branca já está aberto ao público.

Para Ana Leila Tourinho, gerente da unidade Sesi Itapagipe, o objetivo do espaço é proporcionar a Salvador uma exposição permanente, ser palco para apresentações artísticas e culturais, além de ser a sede da Orquestra Jovem Sesi.

“Com a decisão de revitalizar um casarão construído em 1915, o Sesi apostou na valorização da cultura e da educação, sempre presentes nas escolas e espaços culturais onde atua, aproveitando a expertise do Sesi com o Teatro Rio Vermelho e sua varanda”, comenta Leila.

“A grande novidade é a Estação Ciência, um espaço museológico inovador, dedicado à ciência e tecnologia e inédito na nossa cidade. Com uso de novas linguagens e tendo a interatividade como principal recurso, a aposta é na experiência do visitante”, acrescenta a gerente.

Já Cléssia Lobo, gerente executiva de educação e cultura do Sesi Bahia, acredita que esse será mais um espaço de fomento para a cultura na cidade de Salvador e que ele pretende, sobretudo, descentralizar as atividades artísticas predominantes na região central (Cidade Alta) da capital baiana.

“A varanda e a sala de arte oportunizam aos artistas locais o acesso a espaço equipado com qualidade para conteúdos artísticos diversos, ampliando as opções culturais da cidade para um local que é lindo e histórico como a Cidade Baixa”, enfatiza Cléssia.

Novidades em janeiro

Segundo Leila, o Sesi decidiu homenagear o maestro Letieres Leite, morto em outubro do ano passado - vítima da covid-19 -, pela sua representatividade e história como músico, arranjador, compositor e educador. Agora, o mais novo teatro de Itapagipe leva, merecidamente, seu nome.

E anuncia ainda que, a partir do mês que vem, pretendem começar com as apresentações de peças de teatro e shows musicais. “Estamos em negociação de pauta com diversos artistas e produtores para que possamos oferecer o que há de melhor aos clientes”, comunica Tourinho.

Agora, a população soteropolitana pode estar certa de que vai ter muita “experiência, troca, curiosidade, conhecimento, valorização de sua cultura e história, além de muita alegria”, avisa Cléssia Lobo.

Foco na educação

Apostando na requalificação do Solar Machado - casarão que pertenceu à família do industrial português Manuel Machado e mais tarde viria a ser da família Martins Catharino -, o Sesi investiu mais de R$ 14 milhões em recursos próprios com a construção dos novos espaços - Sala Letieres Leite, Praça da Ciência e museu Estação Ciência - em uma região carente de empreendimentos culturais.

Atualmente, o Sesi Itapagipe possui uma escola que atende aproximadamente 1.400 estudantes do ensino fundamental II e médio, um centro esportivo, o recém-inaugurado Centro Cultural Sesi Casa Branca e abriga a Orquestra Jovem Sesi.

Para quem tem interesse em conhecer, a Estação Ciência já está aberta, funciona de quarta a domingo, das 10h às 17h, e custa R$ 20 (inteira) e R$ 10, a meia-entrada. Também pagam meia-entrada professores, trabalhadores da indústria e moradores da Cidade Baixa.

Vai ter ainda um dia de visitação gratuita (quarta-feira) para escolas estaduais e municipais mediante agendamento.