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MÚSICA

Otto retoma parcerias e segue trajetória que recusa rótulos

Cantor pernabucano lançou, há poucos dias, seu sétimo álbum de estúdio, Canicule Sauvage

Por Chico Castro Jr.

26/05/2022 - 6:01 h
Pronto para entrar no ringue, Otto se prepara para a luta que são as turnês pelo Brasil e além
Pronto para entrar no ringue, Otto se prepara para a luta que são as turnês pelo Brasil e além -

No campo cultural, este ano de 2022 deverá se conhecido no futuro como o ano em que os artistas botaram na rua o que fizeram no isolamento de suas casas, durante os duros anos da pandemia (2020-21). Com o pernambucano Otto não foi diferente. Há poucos dias chegou às plataformas de streaming seu sétimo álbum de estúdio, Canicule Sauvage.

A obra tem pelo menos três características marcantes. A primeira delas é o reencontro com o produtor Apollo Nove, o mesmo que pegou as canções que ele fazia no pandeiro nos anos 1990 e não encontravam casa na banda Mundo Livre SA, que ele integrava, e as transformou em uma pioneira mistura de música eletrônica com ritmos regionais no já clássico Samba Pra Burro (1998).

A segunda característica é a forte presença feminina no disco, com várias cantoras duetando com Otto. Kenza Said e Anais Sylla estão na faixa título, enquanto sua atual companheira, a baiana Lavínia Alves, está em Você Pra Mim É Tudo e Decidez. Tulipa Ruiz canta e coassina Tinta, assim como Ana Cañas, em Menino Vadio. Nina Miranda, da banda inglesa Smoke City, surge em Anna. Outra baiana presente é a percussionista Michelle Abu, que aqui não canta, mas toca em várias faixas.

O terceiro ponto importante deste álbum foi a adesão de Otto, pela óbvia razão da pandemia, ao aplicativo Garage Band, no qual ele “desenhou” o álbum, antes de Apollo Nove assumir a cabine de comando. “Esse disco foi gerado no Garage Band. No Garage, tenho mais liberdade para arranjar sozinho e executar. Tenho certeza que a música do próximo milênio virá carregada destes jovens que trabalham hoje no seu iPhone, como eu . Uma música mais íntima, independente e libertária”, afirma o músico, por email.

“Trabalhar com Apolo 9 é sempre uma honra , temos lindas parcerias desde Samba pra Burro, Condom Black (2001) e Sem Gravidade (2003). Apolo é um produtor, músico e parceiro genial, e nada na minha vida eu farei sozinho. Criamos sempre juntos e vai continuar assim ele sabe tirar o melhor de mim. Um parceiro pra vida”, acrescenta.

Francofonia presente

Apertado (ou clicado) o play, Canicule Sauvage se revela uma audição bastante interessante – como de costume nos álbuns de Otto, não há muita preocupação com unidade estética. Otto se recusa a “tematizar” suas obras a partir de estéticas específicas: aqui tem música eletrônica (Há Tanta Gente Que Se Abre), delírios gainsbourguianos (faixa-título), reggae (Menino Vadio), rock (Peraí Seu Moço, o primeiro single) e por aí vai.

“Nunca serei preso a rótulos musicais, sou nordestino e convivo com a diversidade de ritmos e a diversidade cultural. Sinto que posso mergulhar neste caldeirão, sou bem relaxado quanto a isso. A inspiração quando pega, ela agrega e traz a unidade justamente no plano maior. As coisas vão acontecendo e, no final, a liberdade e a diferença provocam a unidade da obra. É por isso que a arte mexe no sensorial das pessoas . Não se explica. Vem!”, convida Otto.

Uma faixa que merece atenção especial é justamente Canicule Sauvage, a faixa-título. Um mergulho evidente no universo de Serge Gainsbourg, ela traz tudo o que se imagina quando se pensa no polêmico e genial artista francês: suíngue, sensualidade, um quê de delírio e – claro – sussurros em francês. A francofonia não é uma estranha para Otto. Já estava lá no Samba Pra Burro, em uma de suas melhores faixas, a bem humorada Renault / Peugeot.

“O francês é a minha segunda língua. Desde de 1989, quando morei em Paris, ela me acompanha. Sou fã da cultura e da música francesa. Se não me engano, já tenho umas cinco a seis músicas em francês, e Gainsbourg é um ídolo máximo, a música francesa permeia tudo”, conta Otto.

Em tempo: canícula, a tradução da palavra em francês que intitula o disco, é “um fenômeno caracterizado por períodos de ondas de calor, em geral associadas à presença de circulações atmosféricas anticiclônicas estacionárias”, informa o material de divulgação.

“Quando compus Canicule... estava em Marselha, em plena canicule, num terraço lindo. Daí veio a melodia, o canto todo – e ali, também, veio a certeza que eu tinha uma grande música, um conceito de um álbum e o espírito de Gainsbourg. É assim que a música acontece comigo, num estalo da vida. E aí fui criando... O dia conspirou e a França inspirou tudo”, relata Otto.

Agora, o músico se prepara para correr o país fazendo shows e divulgar o novo disco. Salvador, claro, está nos planos. “A turnê deve correr o Brasil e o mundo. Salvador é um lugar que amo e tenho um público maravilhoso. Logo mais estarei aí. Sem falar que minha mulher, além de maravilhosa e cantar no meu disco, é soteropolitana. Assim com o amor por Lavínia Alves, meus laços com a Bahia sempre foram eternos fortes e intensos e apaixonados”, conclui.

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