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CADERNO 2

Série 'Warrior Nun' diverte com ordem de religiosas combatendo o mal

Elementos do cristianismo se mesclam com lutas estilo kung fu e armas de fogo

Por Tiago Freire*

29/12/2022 - 7:00 h
Ao acordar em necrotério, Ava (Alba Baptista, atriz portuguesa) vira a Warrior Nun
Ao acordar em necrotério, Ava (Alba Baptista, atriz portuguesa) vira a Warrior Nun -

A ideia de um grupo de freiras guerreiras contra seres sobrenaturais parece uma premissa vinda de um filme B dos anos 70. Warrior Nun, série original da Netflix, entrega não só a premissa, como consegue entregar mais. Apesar de ter sido prematuramente cancelada, com apenas duas temporadas disponíveis, segue sendo uma pérola no catálogo do streaming.

Na série, acompanhamos Ava, uma jovem espanhola que volta a vida após se tornar portadora de uma relíquia conhecida como Auréola, um artefato que vai permitir ela se tornar a Warrior Nun, a líder de um grupo de freiras que luta contra forças do inferno. A trama inicia-se com uma corrida atrás do Divinium, um metal com propriedades sobrenaturais e que pode ser usado para abrir um portal até o inferno, o que liberaria os demônios no mundo.

Apesar de soar como uma trama galhofa, a estética e o cenário de Warrior Nun é seu ponto mais forte. Ver como elementos do cristianismo e das cruzadas se mesclam com cenas de luta estilo filmes de kung-fu e armas de fogo cria essa ambientação bem única.

Outro ponto de acerto é como, mesmo a série pontuando seus momentos dramáticos, ainda sobram momentos de humor – que também refletem um pouco do lado absurdo inteiro da história. Essa junção dá bem o tom da série, que sabe que é uma série de ação e fantasia e busca poder tirar o máximo possível da premissa.

Apesar dessa originalidade estética, a série ainda cai muito em alguns clichês de jornada do herói, o que pode fazer alguns momentos serem arrastados e bastante desinteressantes. No entanto, a série consegue compensar esses pontos fracos de narrativa e sair no saldo positivo por conta do seu elenco excepcional.

Medieval e moderno

A atriz portuguesa Alba Baptista, que faz a protagonista Ava, traz muito bem o espírito da personagem. Não só ela consegue interpretar muito bem os momentos de dúvida, medo e preocupação da personagem, mas como também demonstra convencimento nas cenas dramáticas.

O mesmo elogio vale para as outras atrizes que interpretam as outras freiras da ordem. Com um elenco formado majoritariamente por atrizes desconhecidas, com pouco tempo de tela conseguimos ter a dimensão das relações e tensões entre as freiras com poucas cenas. Todas elas têm seu espaço para poder brilhar e é bem fácil criar um laço com as personagens.

Uma das partes de Warrior Nun que merece mais elogios é nas cenas de ação. Não só são muito bem coreografadas, como conseguem utilizar bem do cenário para construir excelentes momentos.

Um exemplo é logo na primeira temporada, em uma cena de luta no banheiro de um ferryboat. Não só o jogo de câmeras consegue enquadrar bem essa luta em uma espaço apertado, sem o uso da câmera tremida, como também a coreografia da luta usa muito bem os recursos do cenário claustrofóbico.

Um ponto de destaque na série também é sua ambientação na Espanha. Não só o país ibérico é perfeito para a série pela sua tradição católica, como também pela sua mescla arquitetônica. São igrejas e vilas medievais que contrastam com prédios e laboratórios sci-fi. Essa variedade condiz muito com toda o clima da série, que alterna histórias da antiguidade com a modernidade.

Esse contraste é aplicado da mesma forma na música. São usados de coros gregorianos a artistas atuais, como Billie Eilish, para compor a trilha da série. Assim como no caso arquitetônico, a música serve muito bem para mostrar a contraposição entre as personagens, que são majoritariamente jovens de 20 e poucos anos, com toda aquela ordem e código de conduta milenar.

Apesar de seu cancelamento prematuro e nenhuma perspectiva no momento para ser revivida, Warrior Nun é uma série que ainda merece ser vista. Mesmo com seus pontos baixos, a força de seu elenco, as cenas de ação maravilhosas e uma trama descompromissada tornam a série uma excelente fonte de diversão, garantindo para si um lugar entre as pérolas escondidas no catálogo da Netflix.

*Sob a supervisão do editor Chico Castro Jr.

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