HISTÓRIA
Festa no interior tem forte apelo cultural e dá fôlego à economia
Em Porto Seguro e Juazeiro, o Carnaval foi antecipado com muito respeito às tradições
Por Miriam Hermes
Das 76 cidades com as principais festas de rua no interior do Estado, a maioria seguirá o calendário tradicional, entre sexta e terça-feira, com forte apelo cultural e respeito às tradições. Presente em todas as regiões da Bahia, o Carnaval agrada moradores locais e visitantes que buscam animação e segurança, misturado com outros atrativos como os naturais e os históricos.
Entre os eventos com datas diferenciadas, em Juazeiro a folia foi antecipada no final de janeiro. Em Porto Seguro, começou no início do mês e termina dia 22 de fevereiro, deixando a cidade turística agitada nesta estação, com a campanha ‘O verão mora aqui e tem Carnaval’.
A previsão é de incremento de visitantes nos diferentes modais de transporte, com alta estimada de 50% sobre os anos anteriores. Animado com o movimento, o vice-prefeito e secretário de Turismo, Paulinho Toa Toa, afirmou que o “grande fluxo turístico impactará diretamente a economia local, impulsionando setores como a hotelaria, o comércio e a gastronomia”. Ele salientou que o projeto favorece a geração de emprego e renda.
Já consolidado como espaço para grandes eventos, a Passarela do Álcool é o circuito principal da festa, que recebe atrações de renome nacional, desfilando nos trios. A folia na cidade - famosa também pelas praias e pelo acervo histórico -, conta com diversos outros atrativos como os mais de 60 blocos culturais, que desfilam com fantasias criativas e colorem diferentes espaços na sede, em Arraial d’Ajuda, Trancoso e Vera Cruz.
O Carnaval Cultural de Porto Seguro segue a tendência estadual e se alinha ao Barreiras Folia 2024, na zona turística Caminhos do Oeste. Este ano, a festa se concentra no Circuito Cultural Zé de Hermes, no Centro Histórico, que terá três palcos montados nos arredores da orla do Rio Grande.
A cidade valoriza as tradições da festa de rua, que nasceu com os blocos culturais circulando no centro antigo. Embora este ano a prefeitura tenha cancelado o Circuito Agnaldo Pereira (onde desfilam os trios), a expectativa é grande. Historicamente o Carnaval recebe moradores de toda a região, bem como do Distrito Federal, Goiás, Tocantins e Piauí, atraídos também pelos recursos naturais como cachoeiras e rios, que nascem nas veredas do Cerrado.
A mistura de trilhas ecológicas e folias culturais também acontece na Chapada Diamantina. Palmeiras, Lençóis e Rio de Contas têm programação com blocos históricos e tradicionais. Com Porto Seguro e Barreiras, as três cidades têm em comum o apoio da Superintendência de Fomento ao Turismo (Sufotur/Setur).
São 31 projetos contemplados no interior. Entre eles ‘Carnaval de Maragogipe 2024 – Patrimônio Cultural da Bahia’, de Maragogipe, e a festa ‘Quilombo Folia: Carnaval no Iguape’, em Cachoeira. Amélia Rodrigues, Cairu, Mucuri, Nova Viçosa e Prado também são municípios apoiados.
Para incentivar o desenvolvimento social, a cultura e o turismo, a Companhia de Gás da Bahia (Bahiagás) patrocina oito projetos em sete municípios: Ilhéus, Itabuna, Lauro de Freitas, Santa Cruz Cabrália, Santo Amaro, Vera Cruz e Vitória da Conquista.
Ao enaltecer os grupos culturais, o interior está alinhado com o tema geral do Carnaval no Estado: ‘50 Anos de Blocos Afro. Nossa Energia é Ancestral’. Neste contexto, a Secretaria de Cultura (Secult-BA) investiu, através do Prgrama Ouro Negro, em grupos que conservam a tradição e a cultura afro, como o Umbandaum, que desfila pelo centro histórico de Caravelas, e o bloco afro Levada da Capoeira, com apresentações previstas na folia de Ilhéus e no distrito de Olivença.
Caracterizada pelas máscaras e fantasias típicas que remetem aos carnavais de Veneza, na região do Vêneto, na Itália - entre o fim do século XIX e início do XX -, também a festa de Maragogipe, Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2009, conta com o apoio da Secult-BA.
Folia antecipada
Na região Norte do Estado, o ‘Carnaval de Todos’, de Juazeiro, abriu os festejos de Momo do interior da Bahia com público estimado de 150 mil foliões por noite, segundo balanço divulgado pelaa comissão organizadora. “As expectativas foram superadas”, disse a prefeita Suzana Ramos, destacando que, por quatro dias, artistas renomados no País e talentos regionais atraíram foliões da cidade e do entorno.
O evento faz parte do calendário de festas e vai além de proporcionar lazer e entretenimento, pois é importante para a economia local, atingindo diversos segmentos de forma direta e indireta. Hotéis e pousadas da cidade de Juazeiro ficaram lotados, e o movimento já foi grande nos dias que antecederam o Carnaval, principalmente em comércios de vestuário, calçados, acessórios, comida e bebida.
Cerca de 500 ambulantes atuaram nos circuitos Ivete Sangalo e Manuca Almeida, no Pólo João Gilberto, na região central da cidade, e na orla, além de barracas e camarotes. “Com certeza, a economia local foi fomentada. Vimos a alegria dos ambulantes e de quem estava trabalhando para aumentar a renda neste período”, afirmou a prefeita Suzana Ramos.
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