CARNAVAL 2014
Afoxés podem se tornar patrimônio cultural do Estado
Por Eder Luis Santana, do A TARDE
Depois de serem escolhidos como tema do Carnaval 2009, os afoxés têm chance de se tornar o mais novo patrimônio imaterial da Bahia. O trabalho para conseguir o título começa depois do Carnaval e deve durar cerca de um ano. Caso o reconhecimento seja aceito pelos técnicos do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac), os afoxés entram na lista que inclui a capoeira e a festa de Santa Bárbara.
A novidade foi anunciada, na segunda-feira, 9, quando a Secretaria Estadual de Cultura (Secult) divulgou o investimento de R$ 9,5 milhões no Carnaval. Entre as novidades para 2009 está a confirmação do trio elétrico batizado de Novos Baianos 40 anos, que marca o reencontro de quatro dos cinco integrantes da formação histórica do final da década de 60 (Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Galvão – apenas Moraes Moreira ficou fora ).
Os R$ 9,5 milhões estão distribuídos em três diferentes programas. O maior deles é o Carnaval Ouro Negro, por meio do qual serão destinados R$ 4,2 milhões para 117 entidades, do tipo afoxés, e blocos afro, de samba, reggae, de índio e de percussão.
Segundo o secretário de Cultura, Márcio Meirelles, cada beneficiado recebeu de R$ 15 mil a R$ 100 mil. “Isso faz parte de uma política afirmativa de apoio a essas entidades que precisam mostrar sua cultura”, explicou o secretário.
Verba – Aos homenageados (os afoxés) foram acrescidos R$ 10 mil a mais do que no ano passado, por meio da parceria entre a Secretaria de Cultura e o Instituto de Gestão das Águas e Clima (Ingá). Ao longo do ano, R$ 1,5 milhão será investido para que esses blocos promovam ações de estímulo ao uso consciente da água em suas comunidades.
Como todas as atenções estão voltadas aos afoxés, Meirelles ressalta que a partir de abril o Sebrae começará um curso de capacitação. “O objetivo é ensiná-los a lidar com o mundo moderno e os fundos de investimento cultural. Isso é fundamental para que não fiquem sempre na dependência do governo”, assinala.
Ao saber da novidade, o presidente dos Filhos de Gandhy, Aguinaldo Silva, ressaltou que as ações são o reconhecimento após décadas de difusão da cultura baiana. Com oito mil associados, o Gandhy é o maior afoxé na folia de Momo.
Segundo o diretor-geral do Ipac, Frederico Mendonça, no final deste mês o órgão irá publicar uma nota nos principais jornais para anunciar o início das pesquisas que darão origem a um dossiê sobre os afoxés. Em seguida, o material será analisado pelo Conselho Estadual de Cultura e, caso seja julgado procedente, o reconhecimento como patrimônio imaterial segue para aprovação do governador.
“A partir desse título, qualquer item que esteja relacionado com o tema poderá desfrutar dos benefícios com as leis de incentivo à cultura”, explica.
Pipoca - Outro programa anunciado é o Carnaval Pipoca, que teve investimento de R$ 3,3 milhões e inclui quatro trios independentes (dois por dia em cada circuito). O mais esperado é o trio dos Novos Baianos, que desfila no sábado, às 22 horas, na Barra, e no domingo às 20 horas, na Avenida Sete de Setembro, no Centro.
Outros trios temáticos prometem fazer a diferença na festa. Um deles será chamado de Anos 80, com figuras pioneiras do movimento da axé music como Márcia Short, Sarajane e Ademar e Banda Furta-Cor.
Já no Trio do Samba vem Edil Pacheco e convidados. Para a turma alternativa, o trio Rock Novas Tendências trará a banda Retrofoguetes. “Vamos com repertório que inclui o frevo elétrico e a guitarra baiana”, diz o guitarrista do grupo, Morotó Slim. Todos os trios estão em horários de destaque para garantir a presença do público e da mídia.
Pelô – Para quem optar pelo Carnaval do Pelourinho, a Secult gastou R$ 1 milhão na festa que terá 80 atrações nos largos e praças, além da decoração ser baseada nos 60 anos do Filhos de Gandhy.
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