O que fazer para driblar as doenças da velhice
Aos 79 anos, aposentada tem vida intensa
Aposentadoria para alguns é sinônimo de comodismo, tristeza, depressão e angústia. Para outros, como a aposentada Arolda Vieira, é o começo de uma nova vida e até da liberdade.
Aos 79 anos, Arolda é uma conhecida professora aposentada na cidade de Itabuna. Ela é a alegria dos clubes Grêmio Ação e Vida e Viver e Sonhar dos quais ela faz parte e que reúne as amigas, “da melhor idade”.
Viúva há 28 anos, dois filhos e quatro netos, ela conta que apesar da linda história de amor que viveu com o marido, ele era o oposto dela. “Ele era muito caseiro e não gostava que eu fosse pra rua, muito menos para as festas”, disse.
Com a chega da aposentadoria e a viuvez, Arolda viu que não podia se trancar em sua solidão e passou a ter uma vida bem movimentada, para exercitar, principalmente a mente, evitando ou retardando a chegada de doenças da velhice, como o Alzheimer, Mal de Parkinson, dentre outras.
“Faço o possível para não ficar doente. Tenho os livros, a costura, o pilates, a dança, as viagens, a cozinha e as amigas. É muita coisa pra fazer, que quase não sobra tempo pra doença”, diz Arolda, esboçando o largo sorriso.
O principal passatempo dela é a leitura de livros de histórias de amor. Na realidade ela é uma apaixonada pelos livros de R$1,00, que ela compra em quantidade e depois de lidos, ela revende, troca ou empresta as amigas. Lembrando que, se o livro for emprestado, ela coloca nele a sua marca (A), para não perder.
Esses livros mexem tanto com a aposentada, que ela chega a acordar, algumas vezes, tentando reescrever o final de alguma história que ela não gostou. E ela completa: “Isso deixa a minha mente em atividade constante e não tem espaço para problemas e doenças”.
Quando ela está cansada da leitura, a costura é uma outra opção de hobby. Mesmo aos 79 anos ela tem boa visão e consegue fazer crochê e as peças são usadas na própria casa ou são utilizadas como lembranças para os amigos.
Mesmo vivendo sozinha, Arolda não abre mão de um joguinho de cartas. O jogo de paciência e mexe mexe são os prediletos da aposentada. “Dizem que jogar baralho ajuda a mente e eu ainda acho que é uma companhia pra mim”, comentou, lembrando que muita gente brinca dizendo que ele fica jogando com uma alma do outro mundo. E Arolda garante que não tem medo, joga sério e não “rouba”, no jogo.
Para ajudar na mobilidade do corpo, Arolda tem a prática do Pilates duas vezes na semana, mas a paixão dela é a dança. “Adoro dançar e ouvir uma boa música. Isso me alegra e me motiva”.
A única queixa da aposentada é a “marcação” segura dos netos, Jéssica e Diego, que mesmo vivendo longe, Salvador e Porto Seguro, respectivamente, ficam controlando a sua alimentação.
“Eu gosto de comer um pastelzinho, um quibe e tomar uma cervejinha, na sexta-feira. E eles ficam me regulando”, disse, para completar: “quando fiz 70 anos, pedi a Deus para viver até os 80. Mas, agora tô pedindo mais uns 10 anos pra ele. Acho que estou com crédito”, completou, soltando um gargalhada, de alguém que está feliz e de bem com a vida.