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Por Jornalista l [email protected]

ACERVO DA COLUNA
Publicado Saturday, 01 de April de 2017 às 10:05 h • Atualizada em 01/04/2017 às 10:48 | Autor: Jornalista l [email protected]

Ser mais que o 1º

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O Brasil de Tite não é apenas uma máquina de vitórias. Mais do que isso, o time faz por merecê-las
O Brasil de Tite não é apenas uma máquina de vitórias. Mais do que isso, o time faz por merecê-las -

De acordo com a Dra. Kátia Rúbio, uma das maiores especialistas do país em psicologia do esporte, a Revolução Industrial mudou a forma como o homem enxerga e convive com a competitividade, algo que afetou o esporte em cheio, dado seu caráter de rivalidade. Passados quase dois séculos da Revolução e sendo hoje um dos maiores expoentes da indústria do entretenimento, não resta dúvida que o esporte absorveu a cultura da competição de maneira bem peculiar. Para atletas, torcedores, patrocinadores, meio de comunicação, governos e dirigentes, vencer e produzir resultados passou ser uma obrigação.

Dar o melhor de si e oferecer bons espetáculos já não é mais suficiente. Não basta superar os próprios limites, é preciso superar os limites do outro.

É óbvio que o objetivo de qualquer atleta deve ser a vitória e que, dentro das regras, ele deve sempre jogar para ganhar. Mas não se trata aqui de uma questão individual, mas do contexto que o cerca. Por mais que ele vá atrás do resultado e dê o melhor de si, esse melhor pode não ser o suficiente para a equipe, para os patrocinadores e para a sociedade.

E por que todo esse preâmbulo aí acima? Para falar da Seleção Brasileira do técnico Tite. Hoje, com um fantástico aproveitamento de nove triunfos em nove jogos, sendo oito deles pelas Eliminatórias da Copa, a equipe caiu nas graças do povo e da imprensa. Elogios (merecidos, diga-se) transbordam das páginas de jornais e matérias televisivas. Mas até quando? Pelo que já vimos até aqui, até os primeiros maus resultados começarem a aparecer.

E é realmente aí que mora o problema. O Brasil de Tite não é apenas uma máquina de vitórias. Mais do que isso, o time faz por merecê-las. Na verdade, vai até além disso: promove para o público, na medida certa, sem firulas ou fogos de artifício, espetáculos como não víamos desde a Seleção e 1982. Justiça seja feita, a Seleção de Telê, Zico & Cia. é lembrada até hoje com muito carinho, mas o ponto aqui é: o que aconteceu após a derrota para a Itália? Mudamos nosso estilo de jogo, nossa cultura, em nome dos triunfos.

Perder faz parte do esporte. E é frustrante. Sempre foi. Garanto que até mesmo antes da Revolução Industrial. Um conjunto de maus resultados, aliado a performances desagradáveis, fora de um planejamento justo, podem sim levar a demissões, mudanças de rotas e até críticas incisivas sobre a produção. Contudo, é o caminho e a preparação, e não a linha de chegada, quem deve nortear o sucesso ou não de um atleta ou equipe.

O futebol da Seleção Brasileira hoje não deve nada a nenhuma outra no mundo e certamente o time é um dos favoritos ao Mundial. Mas a equipe será capaz de reproduzir as performances de hoje até a Copa de 2018? Tite & Cia. vão voltar ao Brasil com a Taça na mão? Seja lá qual for o resultado, o que interessa para mim é que seja mantido o atual padrão de jogo: ofensivo, cooperativo e respeitando a coletividade e até mesmo o protagonismo de Neymar. Se isso acontecer, para mim, já estará de bom tamanho.

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