Vai transmitir? Vai!
Sempre fui muito ligado em consumir esportes, em seus diversos formatos: notícias, jogos, livros, filmes, equipamentos e prática. Sempre foi muito mais que um hobby e hoje é minha profissão. É minha obsessiva paixão, desde que me entendo por gente. Lembro-me, quando adolescente, amigos e parentes recorriam a mim por informações de todos os tipos e eu as tinha sempre na ponta da língua.
Era um tempo sem internet e sem tevê a cabo. Basicamente, tudo que sabia vinha dos jornais e dos noticiários esportivos da tevê aberta. E me decepcionava muito porque eram raros os jogos transmitidos ao vivo (ou em videotape), de qualquer esporte. Tinha o Show do Esporte, na Bandeirantes, aos domingos, e uma ou outra partida na Globo, no meio de semana. No fim de semana, somente finais.
Escrevo isso porque realmente não sei como aquele ansioso e obsessivo jovem conseguiria sobreviver ao arsenal de transmissões disponíveis no cardápio de seu controle remoto dos dias de hoje. Aliás, pior que isso, os eventos já superaram a barreira das tevês e hoje estão cada vez mais presentes na internet e aplicativos de celulares.
Com um conhecimento básico de internet, um inglês macarrônico e um pouco de dinheiro (pouco mesmo) é possível acompanhar quase de tudo por meio do computador ou de sua tevê a cabo. Posso assistir a todos os jogos dos meus queridos Los Angeles Lakers, no NBA League Pass, e Montreal Canadiens, na NHL TV, ambos no meu celular. Nas últimas quatro temporadas, todos os jogos oficiais de Real Madrid e Barcelona foram ao ar no Brasil, exceto por duelos da Copa do Rei (que puderam ser acompanhados na internet, em sites de streaming).
E ao passo que a tecnologia melhora e que se tem acesso mais fácil a ela, as transmissões se diversificam. Hoje, o Novo Basquete Brasil (NBB), as Superligas de vôlei, as confederações de atletismo e natação apostam no crescimento das transmissões online.
A Confederação Brasileira de Desportes Aquáticos (CBDA), por exemplo, já transmitiu todos os campeonatos brasileiros de natação do ano passado na TV CBDA (com narração, comentários e reportagem). Para 2017, a ideia é exibir os torneios de todas as modalidades. No atletismo, todos os eventos da CBAt foram transmitidos no Facebook em 2016, inclusive clínicas. A entidade trabalha com até seis câmeras de celular, que geram seis ‘lives’ diferentes de um mesmo evento.
Muitos reclamam que há um excesso de exposição e de informações, e que o que é consumido termina sendo um produto de baixa qualidade. Contudo, em geral, não é. Cada vez mais clubes, associações e federações investem em equipes profissionais para a realização das transmissões. Quanto ao duelo quantidade x qualidade, basta apenas mudar o canal, a URL ou tirar a bunda preguiçosa da poltrona e ir aos estádios e ginásios. Qualquer que seja sua opção, quem ganha é o esporte (e você).