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Armando Avena

Por Armando Avena

ACERVO DA COLUNA
Publicado quinta-feira, 04 de maio de 2023 às 5:30 h | Autor: Armando Avena - A TARDE

A economia cresce, mesmo com juros altos

Governo diz que economia não pode crescer e a oposição diz que está tudo parado

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BC manteve taxa de juros do país
BC manteve taxa de juros do país -

O governo diz que a economia não pode crescer por causa dos juros e a oposição diz que está tudo parado. Ambos estão errados, apesar dos juros, a economia brasileira está crescendo e já se pode projetar um incremento de 2% em 2023. O fato é que, apesar da taxa de juros pontuar em 13,75% ao ano, inibindo o consumo e o investimento, o IBC-BR, que é uma prévia do PIB, calculado pelo Banco Central, indicou um crescimento de 3,3% da economia em fevereiro, a maior expansão desde 2020.

Não se tem ainda a prévia do PIB para março, mas sabe-se que a criação de empregos com carteira assinada atingiu 195 mil novos postos, quase 100% mais que no mesmo mês do ano passado, o que parece indicar que a economia não está parada. Pelo contrário, se contabilizarmos o trimestre encerrado em fevereiro, o IBC-Br subiu 2,1% em relação ao mesmo trimestre de 2022. O número surpreendeu e os bancos, que previam um crescimento do PIB de apenas 0,8% em 2023, começaram a mudar suas previsões e já dizem que o país pode crescer 1,2%, 1,5% e até 1,8% a depender do banco.

O Brasil está crescendo porque sua economia é resiliente, aprendeu a viver com juros altos e alguns setores estão sustentando o crescimento. Para começar, o setor agropecuário está crescendo muito mais do que se esperava e seu carro chefe, a safra de soja, vai ter incremento de 20% este ano.

O PIB da agropecuária em 2023 vai crescer mais de 10%, segundo alguns bancos. Esse desempenho impulsionou o comércio exterior e no 1º trimestre deste ano, as exportações cresceram 3,4% e o superávit da balança comercial elevou-se em quase 30%. E tem mais. O setor de serviços registrou uma expansão de 5,4% em fevereiro, em comparação com o mesmo mês de 2022. E isso representa a 24ª taxa positiva consecutiva. No primeiro bimestre do ano, o crescimento do setor de serviços foi superior a 5%. E até o varejo, talvez o segmento mais afetado pela taxa de juros, registrou, no 1º bimestre do ano, crescimento de 1,8% no ano em relação ao mesmo período do ano anterior. Só a indústria parece estagnada.

Por que isso vem acontecendo? As razões ainda não estão bem claras, mas, ao que parece, após dois anos de pandemia, o setor de serviços, que representa 70% do PIB, continua ampliando suas atividades e o agronegócio, que sequer sofreu com a pandemia, segue disparando.

A construção civil, por outro lado, perdeu força, pois os juros nos financiamentos e o custo dos imóveis se elevaram, mas, apesar disso, uma demanda localizada mantém o setor aquecido. Isso por causa do mercado de luxo, mas também porque o mercado de trabalho segue se ampliando. Se há trabalho, a renda e o consumo das famílias se sustentam. E não vamos esquecer o aumento do consumo via pagamento do Bolsa Família e outros benefícios. Ainda é cedo para cravar um crescimento superior a 2% em 2023, mas até aqui, mesmo com juros altos, a economia está mais ou menos aquecida.

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