A mudez de um pequeno covarde
ACM Neto se calou diante de crimes cometidos por bolsonaristas
O silêncio do ex-prefeito ACM Neto em relação aos episódios envolvendo a deputada federal Carla Zambelli e o ex-parlamentar Roberto Jefferson, utilizando-se ambos da violência de armas, é uma gritante declaração de apoio a Jair Bolsonaro.
Põe-se a nu, com sua mudez, o candidato ao governo do estado, desiludindo os baianos, ao revelar a fraude da alardeada tática de “tanto faz”, quando a verdade vem à tona, ao manter-se calado o pequeno diante da gravidade do contexto enfrentado.
Além de carregar no nome a herança de um líder político influente em alcance nacional, ACM Neto envergonha não apenas seu eleitorado, mas toda a Bahia, ao alinhar-se ao comportamento atribuído a elementos de conduta típica do fascismo.
O uso de fuzil e granadas por Roberto Jefferson, ao atacar policiais federais, tentando resistir à prisão, foi o primeiro recado da intenção de desencadear ações semelhantes aos "camisas-negras" de Mussolini, grupos terrotistas genocidas do berço do fascismo, a Itália dos anos 1930, agora relembrada na fajuta cópia proporcionada pelo apoiador do candidato à reeleição para presidente.
Já a congressista Carla Zambelli deu o segundo passo da escalada belicosa, em intentona contra a cidadania brasileira, ao mirar sua pistola para um jornalista e cidadãos em geral em um local de intenso fluxo, assinando assim seu flagrante perfeito, por ser proibido portar arma em véspera e no dia de eleição.
Desafia a intimorata e insana parlamentar, em atitude elogiada por milicianos, o Poder Judiciário e as leis em vigor, tendo como forte adversário o ministro Alexandre de Moraes, ao dedicar-se ao décimo-terceiro trabalho de Hércules, protegendo o Estado Democrático e de Direito das diatribes dos enlouquecidos.
Não é difícil prever as possibilidades de futuro, quando se tem conhecimento dos dados do presente, rejeitando-se qualquer ajuda de arte divinatória, pois está óbvia a estratégia da extrema-direita de manter-se no comando do Brasil, à custa de dor e sofrimento de inocentes, se preciso derramando sangue de cidadãs e cidadãos, como já vem acontecendo.
Agora, com o apoio implícito de ACM Neto, em atitude de língua presa, o “Bozo”, como é mais conhecido o mentor maior da violência, pode alegrar-se ao realizar sua pior obra, depois de cevar durante todo seu governo os baixos instintos, ao propor “metralhar a petralhada”, chegando ao cúmulo de “ensinar” uma criança a fazer o diabólico gesto de “arminha”.
Ao calar-se, ACM Neto grita; ao represar as palavras, ACM Neto incentiva as diabruras típicas dos milicianos; ao preferir a omissão, ACM Neto faz vergonha aos baianos e à memória de seu avô, pois apesar de todo autoritarismo e do apoio ao regime militar, não deixou seu antepassado lição de tamanha covardia, incompatível com a história de luta dos heróis do Dois de Julho.
Vira as costas ao Senhor do Bomfim o calado político ao recusar-se a cerrar fileiras pela justiça e pela concórdia, preferindo a companhia dos maus, visando alimentar sua peçonha.
Aqui, se fez a primeira Independência do Brasil; aqui, se luta, agora, pela segunda Independência, mas é preciso grandeza e esforço mesmo para quem faz da pequenez seu apanágio.
Só assim, superando a prática viciosa da ganância pelo poder, será possível a ACM Neto contribuir para voltar desta trilha trôpega de intencionalidade e de destino imorais.
É preciso soltar a voz, ACM Neto, a fim de contribuir para a vitória da Bahia e do Brasil sobre a violência e a estupidez dos fanáticos a semear as condições para a guerra civil, tão sonhada pela figura perturbada do “Bozo”.
Ou então, permanecer em silêncio de apoio a tática assemelhada ao fascismo, tentando enganar, sem conseguir, com a ilusão do "tanto faz".