Álcool e violência
Confira o Editorial do Grupo A Tarde desta segunda-feira
Atribuir ao abuso da bebida alcóolica toda a causa da violência doméstica seria um erro lógico, pois do particular não se chega ao geral, embora 35% seja um percentual elevado, conforme pesquisa divulgada pelo Instituto Sou da Paz.
A manchete dominical de A TARDE volta a contribuir para a busca de um equilíbrio, nem tanto o excesso, pois sabe-se do efeito da droga no comportamento, tampouco a abstinência, se a pessoa busca a alegria artificial.
O resultado da enquete, no entanto, não permite dúvida para o fato de o psicoativo legalizado e altamente potencializador de conflitos considerar-se agravante em casos de ataques contra a mulher, especialmente dentro de casa.
Enquanto o estímulo ao perigoso aditivo gerar desavenças, não haverá chance de obtenção de um melhor convívio, de onde a importância de conscientizar homens sobre alcoolismo e seus efeitos, incluindo para sua própria saúde.
As tertúlias íntimas não podem perder o erotismo na falta de bom senso: é preciso firmeza, pois há meios institucionais para denunciar o crime previsto no código penal, a fim de escapar dos espancamentos.
Motivos torpes são inaceitáveis, quando a janta não está do agrado, ou há restrições às roupas, e o bêbado levanta a mão, correndo a companheira o risco de demasiada compreensão, se faltam o amor, o carinho e o mínimo de afeto no casal.
Os números relacionados ao ano de 2022 têm como base dados confiáveis revelados pelo Ministério da Saúde, indicando a emergência de uma campanha massiva e pelas redes sociais, quando a educação não pôde ser completa.
Consagrada desde a Antiguidade Clássica, quando havia um deus somente para o culto ao vinho – Dioniso –, a chamada “água-ardente”, nas suas diversas destilarias, pode ser utilizada para o bem, quando o brinde leva ao prazer.
Mas por ter um componente químico viciante, o copo vira barril, contribuindo para os feminicídios, como ocorre no Nordeste, respondendo por 63% do uso da arma de fogo contra as indefesas cônjuges, pois o homicida se permite perder a razão.