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Por Sérgio Maia*

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ACERVO DA COLUNA
Publicado sábado, 27 de fevereiro de 2021 às 15:40 h | Autor:

Crowdsourcing ganha força no mercado de transporte

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Sérgio Maia é consultor e profissional de Logística há 22 anos | Foto: Arquivo Pessoal
Sérgio Maia é consultor e profissional de Logística há 22 anos | Foto: Arquivo Pessoal -

Esse novo mundo, criado durante a pandemia, está impactando o mercado de transportes. A tecnologia causa uma disrupção no curso das atividades das transportadoras, inclusive corroborando para as mesmas repensarem seus investimentos e planejamento estratégico a médio e longo prazo.

Novas empresas, com alta tecnologia embarcada, ganham mercado, principalmente, no Last Mile, lastreadas pelas soluções de Inteligência Artificial, robôs automatizados, conectividade, big data, realidade aumentada, learning machine, dentre outras tecnologias que dão velocidade, precisão na informação e otimização do fluxo de entrega de mercadorias. Imaginem quando a tecnologia 5G* chegar? A referida tecnologia trará mais aplicações e importância na cadeia logística, como o aumento da velocidade e maior segurança nos dados.

Não há dúvidas que os consumidores estão, cada vez mais, exigentes e impacientes com relação às entregas do e-commerce. Além disso, o volume e a confiança de compras no comércio eletrônico aumentaram significativamente, por isso o negócio de transportes entrou em um novo patamar. Surgiram transportadoras sem ativos, usando apenas a tecnologia para gerar negócios e fazer as entregas com eficiência.

A referida tecnologia utiliza parceiros de negócios para avançar estoques em espaços ociosos de veículos e motoristas cadastrados nas plataformas.

Hoje, já existe uma demanda de negócio D2C (direto ao consumidor), ao invés de B2C (empresas para consumidores), por causa de questões de redução de tempos e movimentos na compra, coleta e entrega, redução de custos e rapidez. As entregas e vendas podem começar a partir da indústria, diretamente para o consumidor, sem a presença do varejo como intermediário no processo. É realmente uma grande disrupção no mercado de consumo, que inclusive pode gerar embates, indústria x varejo, com perda de força, talvez, no mercado para o varejo.

No Last Mile, um novo conceito, denominado de ‘‘crowdsourcing’’, ganha força e tenta equilibrar os problemas para a solução “custos x nível de serviços”.

O crowdsourcing é um modelo de produção que usa conhecimentos coletivos e voluntários (recrutados especialmente na internet) para solucionar problemas do dia a dia, desenvolver novas tecnologias, criar conteúdo ou prover serviços. Parece complexo o conceito, mas significa o ato de transferir as tarefas realizadas por profissionais e empresas contratadas para um número desconhecido de pessoas (multidão), que em um recrutamento aberto (tipo leilão, ou lance) oferece a oportunidade desse transporte para várias pessoas, geralmente, conectadas por aplicativos, que estão portando dispositivos móveis em qualquer localidade. E nessa plataforma on-line e aberta, as pessoas dão lances para executarem o serviço na forma e horário que o consumidor desejar, a um preço mais barato e com eficiência na entrega; não importa como o entregador se locomove: a pé, de moto, bicicleta, carro, carroça, caminhão, barco, carro particular, Uber, entre outros, o que cria uma infinidade de possibilidades para as entregas.

As plataformas de crowdsourcing medem, cobram e rastreiam as entregas, de forma “on line”, 24 horas por dia, para resolução dos problemas dos clientes. É uma mudança drástica de paradigma.

Outra vantagem do crowdsourcing é a flexibilidade, pois ela pode estar alinhada a variação de demanda, ou seja, a operação será menor nos vales e maior nos picos, ou em períodos sazonais de operação de transportes. As empresas de market place e tecnologia (como Rappi) já utilizam muito o crowdsourcing, em que não há restrição de entrega em local, horários, pois sempre terá alguém interessado naquela demanda 7 x 7, em qualquer horário, que dará seu lance ou terá interesse para executar o serviço.

As áreas de risco sempre foram um problema para transportadoras. Os Correios, por exemplo, não entregam em algumas localidades, devido ao perigo da região. Diante disso, algumas empresas de aplicativos já começaram a utilizar a implantação de locker´s (armários com cadeado eletrônico) em locais mais seguros, como mercados e farmácias. Os clientes finais são avisados, por aplicativo, quando as mercadorias estiverem disponíveis para serem retiradas nos locker´s.

Na modalidade de crowdsourcing, não faltam entregadores. A pandemia deixou muita gente desempregada, o que aumentou exponencialmente a oferta de pessoas disponíveis para realizar essas entregas.

A frota própria da empresa está indo para o caminho do desuso. Cada vez mais, o modelo de entregadores avulsos no transporte, com a utilização da tecnologia e plataformas on-line, irá avançar no mercado, inclusive pelo alto custo em manter e investir em uma frota.

Por outro lado, o uso de entregadores avulsos que nem sempre irão representar a identidade da transportadora, representa um desafio para a referida modalidade. O treinamento remoto, a fiscalização, o feedback de clientes e a gestão remota da equipe podem ajudar nessa situação. Por intermédio das avaliações dos participantes da cadeia e clientes finais, é possível selecionar os melhores. Um exemplo é o Uber, que a cada viagem, o cliente avalia o serviço.

Então, sugiro que repensem suas transportadoras, invistam em tecnologia inteligente, reduzam seus custos, façam benchmark com outros players do mercado que já estão se atualizando. Movimentem-se, evitem ficar na zona de conforto, para que sua transportadora não vire uma história do passado. A hora é agora!

* Sérgio Maia é consultor e profissional de Logística há 22 anos.

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