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É hora de mudar a condição da mulher no Catar

País-sede da Copa do Mundo de 2022, tem uma política voltada para restrição de direitos femininos

Publicado sexta-feira, 25 de novembro de 2022 às 09:55 h | Autor: Roberta Roma
As mulheres representam cerca de 25% da população total do país do Oriente Médio
As mulheres representam cerca de 25% da população total do país do Oriente Médio -

O Catar, país-sede da Copa do Mundo de 2022, tem uma política voltada para restrição de direitos às mulheres, mas vai garantir um marco na história do mundial e justamente com as mulheres: pela primeira vez na história teremos um time de seis árbitras apitando jogos masculinos. Dentre elas, uma brasileira e seu nome é Neuza Back! 

Nesse círculo virtuoso de mulheres ocupando esses espaços que eram dominados pelos homens, vemos muitas delas florescendo no mundial: as jornalistas brasileiras Natália Lara, fazendo história como a primeira narradora da emissora Sportv, e Ana Taís, a única comentarista no time de profissionais que está no Catar. Somam-se a esse coro Renata Silveira e Renata Mendonça, que inauguram o marco de narrar e comentar, daqui do Brasil, pela primeira vez em TV aberta, os jogos masculinos.

Localizado na região do Oriente Médio, o Catar é pequeno em extensão mas gigante na economia, sendo considerado o país mais rico do mundo. E há uma correlação que fazemos entre economia e progresso. Há sim progressos, mas há ainda uma essência atrasada, que nos remete a um passado no qual a discriminação, a desigualdade e a violação de direitos dominavam a sociedade.

No Catar, as mulheres representam cerca de 25% da população total, colocando o país com o maior número de homens para cada mulher. Nessa sociedade patriarcal, elas vivem submissas aos homens, dependendo da decisão deles para seguir os rumos das suas próprias vidas. Um cenário desolador, mas que, devido àquelas que vêm lutando pela equidade de gênero, já é possível enxergar transformações. 

Mesmo dentro desse território tóxico para as mulheres, muitas delas estão construindo uma sociedade melhor para as futuras gerações. E exemplos não faltam! A Sheikha Moza bint Nasser, mãe do Emir do Catar, é conhecida por ser uma defensora da educação de qualidade e do desenvolvimento da juventude. As mulheres vêm fazendo revoluções na sociedade catariana para quebrar a supremacia masculina que ainda quer silenciá-las. Mas uma mulher quando toma consciência da sua potência e do que ela pode fazer para fortalecer a luta por igualdade de direitos, não pode ser mais parada. 

Toda mulher já nasce com força e coragem para transformar a própria realidade. Tenho orgulho de ser mulher e viver inspirada por histórias de tantas guerreiras que deram e que dão tudo de si para fazer valer a nossa força e ecoar a nossa voz. Vamos em frente, enfrentando as estruturas que tentam nos excluir! Apesar do clima desértico e opressor do Catar, tem oásis para fazer a flor-revolução-mulher brotar. Nosso lugar é todo lugar!

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