Junho Verde, o mês de conscientização da escoliose
Escoliose é uma curvatura anormal da coluna, de pelo menos 10 graus, normalmente acompanhada de rotação vertebral, para um dos lados do tronco, apresentando-se como uma coluna em “S” ou “C” , e afeta cerca de 3% dos brasileiros. Casos leves podem não afetar a vida diária. Mas os casos graves podem ser dolorosos e limitar a atividade normal.
A condição não decorre de maus hábitos posturais, ao contrário, a curva da coluna própria da escoliose que, em muitas situações, é responsável pela má postura, já que esse tipo de desvio pode provocar alterações no corpo todo.
Os principais tipo da escoliose são:
1-Escoliose idiopática: Esse tipo de escoliose é o mais habitual, assume cerca de 80% dos casos. Não se sabe ao certo por que a pessoa desenvolve a escoliose e, com isso, surgem diversos fatores que podem estar envolvidos, como hereditariedade, por exemplo. Ela pode aparecer em crianças, adolescentes, jovens e adultos;
2-Escoliose congênita (de nascença): É responsável por cerca de 10% dos casos e se origina desde o dia do nascimento, quando ocorre má formação ou falha da divisão das vértebras;
3-Escoliose neuromuscular: é causada por problemas neurológicos como paralisia cerebral ou musculares que determinam fraqueza muscular, controle precário dos músculos ou paralisia decorrente de doenças como distrofia muscular, espinha bífida e pólio.
4-Escoliose degenerativa do adulto: Quando é causada pela degeneração de discos da coluna vertebral e de suas articulações como resultado, em especial, do avanço da idade.
Cada um dos tipos se comporta de uma maneira diferente em termos de evolução.
Sinais e Sintomas
Os principais sintomas da escoliose são:
- Assimetria da altura dos ombros ou da pelve
- Coluna vertebral com desvio anormal para um dos lados;
- Eventualmente desconforto muscular;
- Aumento unilateral das costelas — conhecida como gibosidade costal (sinal característico).
Fatores de risco
Algumas pessoas são mais suscetíveis ao encurvamento da coluna. Alguns fatores são considerados de risco pelos médicos para o desenvolvimento de escoliose idiopática.
Idade: Os sinais e sintomas geralmente começam durante a fase mais acentuada de crescimento, que costuma ocorrer pouco antes da puberdade (dos 9 aos 15 anos).
Sexo: Embora ambos os sexos possam ser afetados, as meninas possuem um risco maior de desenvolver curvaturas anormais na coluna.
Histórico familiar: A escoliose é mais comum entre membros de uma mesma família que possuam antecedentes da deformidade.
Complicações
Pode diminuir a capacidade Cárdio respiratória por restrição da caixa torácica.
Pode levar a doença degenerativa da coluna lombar causando dor.
Pode comprimir os elementos neurais e causar comprometimento neurológico.
Estas complicações ocorrem a longo prazo, com o envelhecimento e principalmente nas curvas de maior grau angular (>40 graus)
Diagnóstico
O diagnóstico é feito por meio de exame físico e radiografias(Rx Panorâmico da Coluna).
O teste de inclinação frontal (“Teste de Adams”) é de fácil execução e tem alta probabilidade de identificar irregularidades no contorno vertebral.
Tratamento
O resultado do tratamento para escoliose depende da causa, da localização e da gravidade da curvatura. Quanto maior for a curva, maior será a chance de ela piorar após cessar a fase de crescimento.
Curvas de até 20 graus: São tratadas conservadoramente com exercícios específicos para a Escoliose.
Entre 20 e 40 graus: Além da fisioterapia, faz-se necessário o uso de coletes na tentativa de evitar a progressão da curva.
A escoliose acima de 40 graus é considerada severa e está indicada a correção cirúrgica. Alguns tipos de escolioses, como a congênita e a neuromuscular, não respondem a nenhum tratamento, sendo tratadas precocemente com cirurgia.

* Dr. Rogério de Almeida Vargas é médico Ortopedista, especialista em cirurgia de coluna