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Bahia atinge 8º lugar no ranking nacional de produção de aves

Estado registou 423 mil toneladas em 2023, alcançando R$ 2,6 milhões no Valor Bruto de Produção

Publicado segunda-feira, 05 de fevereiro de 2024 às 05:30 h | Autor: Miriam Hermes
Bahia é o principal estado produtor de frango das regiões Norte e Nordeste
Bahia é o principal estado produtor de frango das regiões Norte e Nordeste -

Resultado de fatores que vão da experiência técnica dos empreendedores ao preparo dos colaboradores e apoio estrutural, a avicultura baiana se destaca na produção regional e cresce no ranking nacional, assumindo a oitava colocação com 423 mil toneladas em 2023 e atingindo R$ 2,6 milhões no Valor Bruto de Produção (VBP) no período. 

Na última década o estado teve uma taxa de crescimento de 31% na produção e faturamento da atividade, enquanto o Brasil registrou aumento de 18% na médias dos últimos 10 anos. Com o desempenho, a Bahia também se consolida como principal produtor de frango nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), o país fechou 2023 com números positivos na produção e exportação de aves. O crescimento em todo Brasil foi de 3% e o consumo subiu de 45,2 kg para 46 kg per capita, com indicativo da entidade de manter essa tendência para o ano em curso.

No estado a atividade gera cerca de 15 mil empregos diretos e tem um alojamento mensal de 16 milhões de pintinhos, representando 2,6% do total nacional em 2023. Mas, apesar do desempenho favorável, a produção ainda não supre a demanda interna, cujo mercado é abastecido também pelas grandes marcas, principalmente de estados da região Sul. 

Ambiente de negócios

A projeção positiva da avicultura é favorecida pelo “ambiente seguro de negócios” proporcionado aos diferentes elos desta cadeia pelo governo da Bahia, segundo o secretário de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri), Wallison Tum. Ele acrescentou que os números evidenciam “a capacidade do nosso agronegócio de atuar em diferentes frentes e sempre com excelência”.

Atualmente o estado conta com 12 frigoríficos de aves em pleno funcionamento, sendo a maioria com Selo de Inspeção Estadual (SIE). Apenas um tem Inspeção Federal, mas existem grupos internacionais interessados em futuras parcerias. Da produção estadual 85% são comercializados internamente e vão para a mesa dos baianos.

A principal região com avicultura é o Recôncavo, que, em 11 municípios concentra 53% das aves produzidas no estado, sendo que Barreiras, Eunápolis, Luís Eduardo Magalhães e Nova Soure também se destacam na atividade em outros Territórios de Identidade.

Para a presidente da Associação Baiana de Avicultura (Aba), Kesley Jordana, a produção estadual de grãos em larga escala, como milho e soja utilizados nas rações, tem papel fundamental na produção baiana de proteína animal. “Essa integração impulsiona a indústria agropecuária”, pontuou, salientando que a entidade tem atuado com outras instituições e órgãos públicos para alavancar ainda mais a avicultura. 

Ela ressaltou que o Estado tem papel relevante neste contexto, não apenas na inspeção que garante a qualidade dos produtos ao consumidor, mas também através de uma política de proteção tributária com redução de impostos. Citou, no entanto, que existem demandas do setor como adoção de uma política de ampliação e construção de armazéns e incentivos para ampliação do parque industrial, dentre outras.

“Buscamos representar de forma eficaz e abrangente o setor, fortalecendo nossa capacidade de apoio e defesa dos interesses de nossos associados”, enfatizou Kesley Jordana, sobre o trabalho da Aba que conta com 38 empreendimentos associados, dos quais os 12 frigoríficos.

Dentre os aspectos assertivos apontados pela administradora com impacto nos resultados está o empenho dos empresários do ramo para aprimoramento de gestão dos empreendimentos. 

Ela frisou ainda que tem grande peso no sucesso da avicultura a preocupação dos gestores em proporcionar constantes treinamentos de capacitação e qualificação das equipes colaboradoras, “o que reflete no resultado final da atividade”. 

Emergência sanitária

A Agência de Defesa Agropecuária (Adab/Seagri) atua desde o ano passado em consonância com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) com medidas de vigilância máxima na prevenção da Influenza Aviária. 

Mais conhecida com gripe aviária, embora já detectada em aves silvestres em diferentes pontos do estado, nenhum caso foi identificado dentro dos aviários. De acordo com o médico veterinário da Adab, Itamar Garrido, a Bahia, a exemplo da União, prorrogou em janeiro o Estado de Emergência em Saúde Animal por mais seis meses. 

“A vigilância deve ser máxima, para evitar a disseminação do vírus”, pontuou, acrescentando que no período do verão as aves migratórias chegam de outros continentes, o que exige cuidado redobrado, principalmente nas zonas litorâneas.

“O receio deixa todos em alerta” conforme a presidente da Aba. Ela enfatizou que é salutar a convergência de forças para impedir que o vírus chegue aos criatórios, e afirmou que estes cuidados sanitários são prioritários para o desempenho positivo do setor.

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