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Colunistas
Cadê Lula?
Uma análise da relação do atual presidente com os países europeus
Cadê Lula? Perguntam os periódicos na Europa. Estão mostrando decepção, embora considerem que ele ainda é melhor que seu antecessor Jair Bolsonaro, claro. Mas edições constantemente vêm classificando o atual presidente do Brasil de “decepção”, “sem noção” e até como “falso amigo do ocidente”.
A questão é que embora todos saibam que Lula procurou se eleger para tentar passar uma esponja em sua biografia que está mais suja que casco de barco abandonado o homem tem sido um verdadeiro vulcão do verbo, dando opinião sobre tudo e todos, mas derrapando na lógica.
Lula era aguardado de novo como um messias (não o outro Messias), mas vem manchando mais e mais sua imagem. Parte das críticas a Lula diz respeito à sua posição em relação à guerra na Ucrânia. Nem chove e nem molha, mas pinga na horta da Rússia que é nossa parceira em diversas áreas.
Mas ele abriu o verbo na casa dos convidados acusando de terem a Inglaterra e a França poluído o planeta. Não é mentira, mas estava fora do contexto. Acusou a Europa de chantagear o Mercosul. Não é mentira, mas como meter o dedo no nariz do interlocutor à seca na hora em que está buscando apoio? Hora errada. Falta de tática diplomática. Sobre a Ucrânia os líderes políticos afirmam que ele “condena”, mas não sanciona.
E a gota d´água foi quando Lula chamou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para uma reunião entre líderes da América do Sul em Brasília. Na ocasião para defender Maduro – um governante indefensável que dias depois retirou os direitos políticos de uma opositora – ele chegou a dizer que “a democracia é relativa”. Um opositor aproveitou e disse que relativo é Lula.
Se não fosse complicado e mal educado, podia-se se dizer que foi humor, quando Lula - homem do povo – passou de forma deseducada a criticar o prato que comeu. Em sua verborreia o presidente foi recebido na França e falou mal da comida dos franceses. Foi para Portugal e criticou a comida portuguesa e por aí seguiu.
O paladar de Lula está refinado. Mas sua nova política exterior está precisando de refinamento. Já basta o que passou antes.
