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Coluna do Tostão

Por Tostão

Cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970. É formado em medicina
ACERVO DA COLUNA
Publicado quarta-feira, 22 de janeiro de 2025 às 6:20 h | Autor:

Construção e desconstrução

Tostão é cronista esportivo, participou como jogador das Copas de 1966 e 1970

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Cruzeiro e Atlético-MG duelaram em Orlando, no EUA. Gabigol esteve em campo
Cruzeiro e Atlético-MG duelaram em Orlando, no EUA. Gabigol esteve em campo -

O gol, expressão maior no futebol, acontece de diferentes e infindáveis maneiras. Nasce do jogo individual e do coletivo, da inspiração e da transpiração, do desejo e do acaso, da concentração e do descuido, da técnica e da inventividade, da lucidez e da dedicação, do planejamento e da improvisação, da bola cruzada e da troca de passe e de tantos outros jeitos. Várias vezes, o gol não tem explicação, acontece.

No amistoso entre Cruzeiro e Atlético-MG, no EUA, não houve nem deveria ter gols por causa do excesso de faltas, da violência e da ausência de jogadas bem construídas. A falta de melhores condições físicas não justifica as quase cinquenta faltas. Deyverson, o deivinho, cometeu uma falta gravíssima e não foi expulso. Tudo isso em um jogo que deveria ser festivo, uma decepção para os torcedores presentes no estádio.

No ano passado, o Atlético-MG mostrou uma grande carência individual e coletiva no meio campo, pela falta de talento e porque o técnico priorizava as bolas cruzadas e os lançamentos longos da defesa. O clube contratou dois bons atacantes, Junior Santos e Cuello, mas continua sem um ótimo meio-campista.

O Cruzeiro trouxe bons jogadores, mas ainda é cedo para afirmar qual será o nível técnico da equipe. Fernando Diniz escalou o time com Dudu pela esquerda, Gabigol avançado pelo centro e Eduardo como um terceiro no meio campo. Gabigol ainda não encontrou o seu lugar. Não sabe se é um clássico centroavante ou se volta para receber a bola. Bonaise poderá ser uma boa opção na frente formando dupla com Gabigol. O time ficou sem atacante pela direita, espaço que o lateral Willian tentava preencher.

Oscar em ação com a camisa do São Paulo
Oscar em ação com a camisa do São Paulo | Foto: Rubens Chiri/Saopaulofc.net

Flamengo e São Paulo, sem violência, também não fizeram gols em outro amistoso no EUA. A falta de melhores condições físicas e técnicas de inicio de temporada não justifica a ausência de gols, pois no meu imaginário e nas minhas lembranças aumentava o numero de gols nestes jogos de inicio de ano, já que os jogadores não conseguem voltar para marcar.

O São Paulo tem cinco bons jogadores de ataque (Oscar, Lucas, Luciano, Carelli e Ferreirinha). Deve sobrar Ferreirinha, mesmo sempre jogando bem, por ter menos prestigio. Assim acontecia no Grêmio sob o comando de Renato Gaúcho. Oscar sempre foi um ótimo jogador, regular, mas nunca foi excepcional. É uma ilusão achar que ele vai subir bastante o nível técnico da equipe. Além disso, ninguém o viu jogar na China nos últimos dez anos.

O Flamengo continua sem um substituto para Pedro, ainda em recuperação. Há uma falta de típicos e bons centroavantes no futebol brasileiro. É preciso mudar o conceito de que centroavante tem que ser alto, forte, fixo, lento e apenas bom finalizador. Kane, o melhor centroavante do mundo, faz muitos gols, se movimenta por todo o campo, abre espaço na defesa e dá passes decisivos para gols. Haaland faz muitos gols porque é também bastante veloz.

O futebol brasileiro precisa evoluir na articulação das jogadas. O gol nasce na defesa e principalmente na passagem da bola pelo meio campo. O gol geralmente é construído, embora muitas vezes aconteça por uma desconstrução. O craque inventa, improvisa e desestrutura o lance antes de fazer o gol. É a união da técnica com a arte.

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