Qual a utilidade dos exercícios na preparação para as provas? (3)
No texto anterior concluímos a exposição sobre as três utilidades dos exercícios, demonstrando que esse hábito traz grande vantagem na preparação, e deve fazer parte da rotina de todo concurseiro.
Dando continuidade ao tema, prometemos hoje a solução para a seguinte situação: o que fazer quando o concurseiro já acerta todos os exercícios e isso não está mais sendo um desafio para ele, assemelhando-se a uma perda de tempo?
De fato, muita gente tem a impressão de que se trata de perda de tempo, e que algo mais útil poderia estar sendo feito, mas isso não corresponde à realidade. Um dos fatores estimulantes da aprendizagem é o desafio, a necessidade de se esforçar para aprender mais, a motivação para avançar. Sabemos, porém, que algumas pessoas atingem níveis máximos de conhecimento em algumas matérias, e não erram nenhuma questão de concurso anterior. Parar de estudar ou de fazer exercícios é um risco, pois pode ocasionar o esquecimento das informações, a depender do tipo de disciplina.
Uma parcela dos concurseiros pode resolver isso com facilidade. Há casos em que o mesmo programa contempla cargos de níveis diferentes, e, por exemplo, alguém de nível médio pode responder questões de nível superior, desde que dentro do mesmo programa. Só muda o grau de dificuldade. Sendo na área judiciária, pode-se fazer o mesmo usando questões que exijam formação específica em Direito, quando o edital exige somente formação superior. Isso não prejudica em nada o estudante, e fortalece o conhecimento.
Quando isso não for possível, minha sugestão é se juntar a outros colegas na mesma situação e provocar o desafio de cada um elaborar uma quantidade de questões para os demais, em que a dificuldade seja maior do que a das questões de prova. Evidentemente as questões não devem se afastar do conteúdo programático do concurso. Há formas de criar dificuldades até mesmo em questões já existentes, reconstruindo-as e tornando-as úteis para candidatos de alto rendimento.
Se a desculpa para não fazer isso é o já conhecido “não conheço ninguém nessa situação”, semelhante à usada para não estudar em grupo, temos duas soluções: A primeira é passar a conhecer essas pessoas, que podem ser encontradas nos grupos de concursos nas redes sociais, ou entre ex-colegas de faculdade, ou entre amigos de amigos que também fazem concurso. As listas, no diário oficial, com os resultados dos concursos são excelentes para achar gente assim.
A segunda solução é elaborar as questões para si mesmo. Nesse caso a quantidade de questões tem que ser bem maior do que a que você elaboraria em um grupo de cinco pessoas, por exemplo, em que haveria compartilhamento.
Você observará que o ato de elaborar as questões é um dos meios mais eficazes de aprender o que ainda não se sabe, assim como de fixar o que já se sabe, e mesmo que as questões novas continuem sendo fáceis como as anteriores, é preciso compreender que isso ocorreu em função do que você aprendeu quando estava pesquisando para elaborar as questões. Ou seja: terá sido bastante útil, ainda que não pareça, já que o objetivo é manter o alto rendimento.