Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > colunistas > CONJUNTURA POLÍTICA
COLUNA

Conjuntura Política

Por Cláudio André de Souza*

ACERVO DA COLUNA
Publicado segunda-feira, 27 de maio de 2024 às 0:00 h | Autor:

A oposição de ACM Neto

Confira a coluna Conjuntura Política

Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email
Imagem ilustrativa da imagem A oposição de ACM Neto
-

Nos últimos meses, ficou mais latente a oposição do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil) ao governador Jerônimo Rodrigues (PT). A sua derrota de “virada” ao governo baiano se deu nas grandes cidades, pois, a diferença de votos em favor do petista nas cidades pequenas do estado assegurou a diferença para emplacar o quinto governo eleito do PT no estado.

Sem dúvidas, a presença de Lula nas urnas foi um fator decisivo para o alinhamento com a candidatura de Jerônimo, mas vai além: o padrão municipalista do grupo político liderado pelo PT no estado tem sido eficaz em reduzir as chances de ascensão de novas lideranças alinhadas com o projeto estadual de ACM Neto. Isso não acontece porque a dinâmica de competição política local não seja organizada pela clivagem partidária e governista em nível estadual, mas aparenta ser o perfil de liderança de ACM Neto: centralizada nas grandes cidades e na encarnação de um líder elitista, como se estivesse acima do sistema político e dos partidos.

O que a lógica do voto impõe é que o União Brasil liderado por ACM Neto se prepare nestas eleições municipais para avançar com candidaturas que se coloquem como alternativa local. Ou seja, não haverá espaço na maioria dos municípios baianos para candidaturas locais que se reduzam a um antipetismo como se a eleição fosse estadual ou nacional.

O que chama atenção neste momento? Em primeiro lugar, a oposição crítica operada pelo ex-prefeito é correta e legítima à medida que é o seu papel confrontar o governo baiano com críticas quanto ao seu desempenho para as grandes obras e políticas públicas. Em segundo lugar, o timing das críticas parece refrear a estratégia de cuidar de perto do seu grupo político em direção à sobrevivência nas urnas, em especial, elegendo mais vereadores e prefeitos. Na sombra das estratégias eleitorais a caminho, fica a dúvida se ACM Neto estará satisfeito em outubro com uma boa votação nos grandes colégios eleitorais ou se batalhará por uma votação mais representativa na maioria dos municípios baianos.

Por fim, a oposição do ex-prefeito precisa ir ao divã na sua forma, mas não necessariamente no conteúdo. No meio do caminho, recai o desafio de entendermos de que forma conduzirá o seu grupo político. Prefeitos e vereadores são uma peça de menor ou maior valor a médio prazo? O comportamento de ACM Neto parece colocar as eleições de 2026 à frente de 2024, o que sugere uma dificuldade em compreender o caráter complementar e interligado das eleições municipais com a eleição ao governo estadual. No final das contas, não era para ACM Neto rodar os municípios baianos repactuando alianças e compromissos com as lideranças que buscam sobreviver nos municípios?

*Professor Adjunto de Ciência Política da UNILAB e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UFRB) - [email protected]

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Tags

Assine a newsletter e receba conteúdos da coluna O Carrasco