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Estratégias eleitorais

Confira a coluna Conjuntura Política desta segunda-feira

Publicado segunda-feira, 20 de novembro de 2023 às 11:05 h | Autor: *Cláudio André de Souza
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A cada aula, palestra ou interação através das redes sociais somos indagados sobre como disputar e vencer as eleições. O primeiro passo é ter estratégia e planejamento de ações coordenadas diante da conjuntura social e política em torno do cargo em disputa. O segundo é entender a centralidade dos partidos políticos enquanto agrupamentos sociais organizados em torno da conquista de votos pelo poder de forma pacífica e racional. Pertencer a uma organização partidária permite a inserção em projetos mais amplos como o apoio ou mesmo a oposição a um governo estadual, o que impacta na construção de uma carreira política a longo prazo.

Outra tarefa importante é o desafio de se comunicar bem nas redes sociais. Os futuros candidatos precisam identificar desde a pré-campanha as preocupações e aspirações do eleitorado. Não adianta dizer agora que é pré-candidato, mas a busca por reputação e o diálogo com os eleitores garante um salto qualitativo na confiança e relacionamento com os segmentos da sociedade.

Cada cargo possui um desafio específico. A disputa para um cargo de vereador cobra a necessidade de um mapeamento político de onde virão os votos, o que requer uma projeção de metas detalhadas por bairro ou seção eleitoral. Desde a pré-campanha, exige-se a mobilização ativa de apoiadores e lideranças, já que se busca uma quantidade mínima de votos em um cenário com centenas de pessoas concorrendo pela mesma cadeira no Legislativo.

Outra ação planejada prioritária é a implementação de um núcleo de inteligência política em torno da análise de dados estratégicos que subsidiem propostas de governo. Conhecer a realidade de um município ou estado depende do acesso a diversos dados socioeconômicas e os seus desafios na realidade vivida pelas pessoas. Por exemplo, em um município rico como São Francisco do Conde (BA), somente 16% dos alunos do 9º ano da rede municipal tiveram aprendizado adequado em Português (2021). Em Salvador, não é diferente, sendo que somente 8% deste perfil de alunos conseguiram ter aprendizado adequado em Matemática.

Os dados das pesquisas eleitorais conseguem capturar rapidamente as percepções do eleitorado sobre a intenção de voto e a avaliação dos governos, mas a profundidade dos sentimentos e dos discursos intersubjetivos aparecem muito melhor nas pesquisas qualitativas para a orientação do marketing e como se deve “conversar” com cada segmento da sociedade que pensa e age de forma diferente.

Com uma campanha engessada em poucos dias, a profissionalização da pré-campanha tem sido uma tendência incontornável para a antecipação das estratégias eleitorais que podem se converter futuramente em votos, sendo um novo momento para a gestão das campanhas eleitorais.

*Cláudio André de Souza é Professor Adjunto de Ciência Política da UNILAB e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UFRB). E-mail: [email protected].

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