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O Novo PAC do governo Lula

Bahia tem condições favoráveis de estruturar um novo ciclo de desenvolvimento

Publicado segunda-feira, 14 de agosto de 2023 às 17:46 h | Atualizado em 14/08/2023, 17:47 | Autor: Claudio André de Souza*
Anúncio do Novo PAC foi feito no Rio de Janeiro
Anúncio do Novo PAC foi feito no Rio de Janeiro -

O presidente Lula (PT) lançou na sexta-feira (11) o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) que marca uma virada na agenda política do governo, já que o presidente busca vender a ideia de que há um processo intenso de reconstrução do país através de um esforço gigantesco para a retomada do crescimento econômico com o investimento de R$ 1,7 trilhão, dos quais R$ 1,4 trilhão possui previsão de execução orçamentária até 2026.

Após a aprovação da reforma tributária, o governo também enxerga a necessidade de mostrar compromisso com a criação efetiva de um novo ciclo de crescimento econômico a impactar o cenário a curto prazo, apesar das críticas de setores do mercado financeiro que o PAC pode gerar um descontrole fiscal.

Na verdade, a aposta de Lula com o novo PAC compõe três dimensões da sua estratégia política. Em uma primeira dimensão burocrática, o governo coloca o PAC como uma “bússola” na condução interna das agendas de formulação e implementação de políticas públicas, cortando ao máximo as invencionices de cada pasta ministerial, ao passo que interliga as metas do PAC ao Plano Plurianual (2024-2027), que já mobilizaram 35 mil pessoas, 1,5 milhão de votos na plataforma digital e 8.254 propostas recebidas.

A segunda dimensão é internacional: de fato, os aportes diretos prometidos pelo governo federal sinalizam aos países parceiros em nível global uma mensagem clara, ou seja, manda um recado do que o país quer e enxerga sobre as suas necessidades e potencialidades. Nesta perspectiva, espera-se que o Brasil conduza o PAC sob o signo da sustentabilidade, assim como tenha condições de governança para evitar o fiasco dos PACs anteriores que, segundo estudo da consultoria Inter.B apenas 16,8% das 29 mil obras foram concluídas no período previsto. Até o final de 2014, somente 26,7% das ações foram executadas.

Por fim, o PAC impacta o cenário das eleições municipais de 2024, pois, centenas de municípios receberão obras importantes. Na Bahia, há um conjunto de obras que atravessarão o debate eleitoral como a construção de 669 unidades habitacionais em Barreiras, 150 unidades habitacionais em Ibotirama, 186 casas em Itaguaçu da Bahia e 626 unidades em Juazeiro. Há ainda a previsão de 4.523 km de rodovias federais na Bahia com internet.

O investimento previsto de R$ 12 bilhões na Refinaria de Mataripe (Acelen) e a ampliação do BRT de Salvador também constam nos planos do governo federal. De forma preliminar, o mapa de obras do PAC afetará direta e indiretamente mais de 90% dos municípios baianos, além do que a coordenação política do ministro da Casa Civil e responsável pelo novo PAC, Rui Costa, dará à Bahia condições favoráveis de estruturar um novo ciclo de desenvolvimento nos próximos anos.

*Cláudio André de Souza é Professor Adjunto de Ciência Política da Unilab e um dos organizadores do “Dicionário das Eleições”. E-mail: [email protected]

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