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Conjuntura Política

Por Cláudio André de Souza | [email protected]*

ACERVO DA COLUNA
Publicado segunda-feira, 17 de abril de 2023 às 5:30 h | Autor:

Os 100 dias dos governos de Lula e Jerônimo Rodrigues

Os primeiros 100 dias são frequentemente usados como um indicador do que se pode esperar do governo

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Lula e Jerônimo juntos em Salvador nas eleições de 2022
Lula e Jerônimo juntos em Salvador nas eleições de 2022 -

Cresce no eleitorado brasileiro a expectativa quanto aos primeiros 100 dias dos governos enquanto um marco importante para avaliar as prioridades e ações governamentais durante esse período, buscando objetivamente gerar impacto político na percepção do eleitorado sobre os líderes políticos em início de mandato.

O fato é que os primeiros 100 dias são frequentemente usados como um indicador do que se pode esperar do governo durante o resto de seu mandato. É importante notar, no entanto, que os primeiros 100 dias são apenas uma pequena parte do mandato de um governo e não devem ser usados como o único critério para avaliar o seu sucesso.

Vejam que o governo do presidente Lula (PT) encontrou um cenário caótico de destruição institucional quanto à gestão de um conjunto de políticas públicas essenciais ao povo brasileiro. Infelizmente, a destruição se tornou literal diante do ataque terrorista engendrado pelo bolsonarismo no oitavo dia de governo.

Diante da necessidade da construção de um rápido pacto nacional pela democracia, os 100 dias do petista foram um sucesso, pois conseguiu devolver rapidamente a estabilidade política, ao passo que foi capaz de remontar a máquina governamental para refundar diversas políticas públicas como o “Mais Médicos” e o “Minha Casa, Minha Vida" (MCMV), ambas fundamentais para a recomposição da relação do lulismo com a classe média urbana, que esteve com o bolsonarismo nas últimas eleições.

No jogo de xadrez da política internacional, o governo Lula foi muito hábil ao conduzir uma agenda estratégica com os chineses. O que Lula foi buscar na China? A priori, a possibilidade de ajuda externa de um grande player internacional capaz de efetivar a reindustrialização da economia brasileira.

Neste aspecto, entram em cena os 100 dias de trabalho do governador Jerônimo Rodrigues (PT). O governo baiano avançou no exame do que sai e do que fica nas políticas do governo anterior. Ainda há espaço para projetar novas agendas, como é o caso da segurança pública, mas tudo indica que a articulação internacional de Lula e Jerônimo é para utilizar a Bahia como “hub” nas relações estratégicas com a China.

O que esteve em jogo na agenda do governo baiano na China foi um aceno à construção de uma nova matriz de desenvolvimento econômico da Bahia com o respaldo de uma articulação estratégica do Brasil no âmbito da diplomacia internacional. De quebra, poderemos viver um salto tecnológico, que a médio e longo prazos podem render à economia baiana um novo cenário de inserção nacional e internacional. Na conjuntura atual, não há como dissociar os 100 dias dos governos de Lula e o de Jerônimo, que busca na agenda internacional um realinhamento do papel da Bahia na economia nacional.

*Cláudio André de Souza: Professor Adjunto de Ciência Política da Unilab e um dos organizadores do “Dicionário das Eleições” (Juruá, 2020)

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