Menu
Pesquisa
Pesquisa
Busca interna do iBahia
HOME > colunistas > CONJUNTURA POLÍTICA
COLUNA

Conjuntura Política

Por Claudio André *

ACERVO DA COLUNA
Publicado Monday, 07 de October de 2024 às 6:27 h • Atualizada em 07/10/2024 às 9:23 | Autor:

Voto e equilíbrio político na Bahia

Confira coluna desta segunda-feira

Ouvir Compartilhar no Whatsapp Compartilhar no Facebook Compartilhar no X Compartilhar no Email
Imagem ilustrativa da imagem Voto e equilíbrio político na Bahia
-

O resultado das urnas baianas neste domingo, 6, revela um equilíbrio político com duas dimensões distintas a serem analisadas na polarização entre o PT e o União Brasil. O partido liderado pelo ex-prefeito ACM Neto (União) venceu em colégios eleitorais estratégicos como Feira de Santana, Salvador e Vitória da Conquista.

Em Feira de Santana, a campanha foi voto a voto até a reta final, no entanto, a percepção dos aliados do governo estadual dava como certa de que o partido nunca havia se aproximado tanto de vencer as eleições na segunda maior cidade baiana. A quinta eleição de José Ronaldo (União) desde a eleição de 2000 mantém um tabu: 24 anos depois, ou o político feirense foi eleito ou emplacou um aliado na prefeitura.

Em Salvador, a vitória do prefeito Bruno Reis (União) quebrou o recorde da reeleição de ACM Neto em 2016 e foi com a “alma lavada”: a derrota do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) veio o deixando em terceiro lugar, sendo ultrapassado por Kleber Rosa (PSOL). A candidatura do grupo governista em nível estadual naufragou com a incapacidade de ganhar o jogo dentro de casa, isto é, dentro do eleitorado considerado de esquerda, que marchou com o candidato do PSOL.

A derrota de Geraldo tem mais um agravante: com um resultado pífio atinge em cheio o governador Jerônimo e o senador Jacques Wagner (PT), ambos fiadores da candidatura do emedebista e que negaram uma candidatura petista “raiz”.

Em Vitória da Conquista, a oposição liderada pelo PT e pelo MDB lançou duas candidaturas na expectativa de forçar um segundo turno contra a prefeita Sheila Lemos (União), que ficou sub judice suspeita de ser a terceira candidatura consecutiva da sua linhagem familiar, algo vedado legalmente. Para além da batalha jurídica, a prefeita se reelegeu no primeiro turno com 58,83% dos votos válidos, impondo uma derrota maiúscula ao PT no terceiro maior colégio eleitoral do estado.

Se o União Brasil emplacou uma derrota ampla ao PT na Região Metropolitana de Salvador (RMS) e nas maiores cidades baianas, a segunda dimensão de análise é o número de prefeituras conquistadas pelos partidos. O PSD saiu das eleições com 115 prefeitos eleitos na Bahia, seguido do Avante com 60 prefeituras. Em terceiro lugar, o PT com 49 prefeituras conquistadas e em quarto lugar o PP, que segue rachado com parte dos seus quadros pertencentes á base aliada do governador Jerônimo Rodrigues. O União Brasil conquistou 40 prefeituras e o MDB elegeu 32 prefeitos.

Os prefeitos eleitos do PSD, Avante, PT, MDB, PSB e PCdoB somam 295 prefeituras, um resultado vitorioso e maiúsculo para a base governista estadual e deixa equilibrada a competição política polarizada entre o PT e o União Brasil. Já o PSD se consolidou nas urnas como a maior força partidária municipalista da Bahia. As urnas mantiveram um equilíbrio na polarização baiana, mas, sem dúvida, coloca mais incerteza sobre quem largará na frente para a disputa estadual em 2026.

*Professor Adjunto de Ciência Política da UNILAB e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (UFRB). E-mail: [email protected].

Compartilhe essa notícia com seus amigos

Compartilhar no Email Compartilhar no X Compartilhar no Facebook Compartilhar no Whatsapp

Assine a newsletter e receba conteúdos da coluna O Carrasco