Por uma medicina mais humanizada | A TARDE
Atarde > Colunistas > De Olho na Saúde

Por uma medicina mais humanizada

Publicado domingo, 07 de fevereiro de 2021 às 06:02 h | Autor: Elane Varjão | Jornalista | [email protected]
O dado mostra que o estado ainda precisa evoluir na assistência à saúde, mesmo dispondo de instituições e profissionais de referência | Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE | 8.1.2019
O dado mostra que o estado ainda precisa evoluir na assistência à saúde, mesmo dispondo de instituições e profissionais de referência | Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE | 8.1.2019 -

Pesquisa do IBGE revela que do 1,6 milhão de viagens feitas na Bahia em 2019, 412 mil tiveram como prioridade buscar atendimento médico. O dado mostra que o estado ainda precisa evoluir na assistência à saúde, mesmo dispondo de instituições e profissionais de referência. É preciso saber onde avançar e fazer uma aliança entre técnica e humanidade.

A medicina é uma área sensível. Quem procura serviços de saúde sofre algum grau de debilidade. É preciso compreender as histórias por trás de cada problema. Nossos corpos podem até funcionar como máquinas, mas o que nos diferencia delas é nossa capacidade de sentir e pensar. Formação humana não está nas faculdades, e sim no convívio do dia a dia.

O paciente, hoje, participa ativamente do diagnóstico à solução. É necessário que os médicos tenham uma visão holística, para orientar e entender os anseios de seus pacientes.

Dores nas costas aumentam  na pandemia

Cerca de 80% da população mundial tem ou terá dores nas costas. A má postura e a falta de ergonomia no ambiente de trabalho, associadas a obesidade e sedentarismo, são fatores de risco que devem ser evitados. “A atrofia muscular, causada pelo isolamento durante o período da pandemia, contribuiu bastante para o aumento expressivo de pacientes com dores nas costas. Os casos mais graves de dor que não melhoram com nenhum tratamento devem ser criteriosamente analisados. A opção pela cirurgia de hérnia de disco deve ser uma decisão do paciente, a não ser em casos onde ocorra perda de forças nos membros quando a cirurgia se torna obrigatória”,  ressalta o médico ortopedista Marcos Lopes.

Exclusão

Chamou a atenção, esta semana, a notícia de que funcionários da Universidade Federal da Bahia (Ufba), que trabalham no Hospital Universitário Edgard Santos (Hupes), o Hospital das Clínicas, ficaram de fora da primeira etapa de vacinação contra a Covid-19, concluída no dia 31 de janeiro. Foram 50 funcionários do próprio quadro da instituição, além de terceirizados da área de higienização. A lista não teria sido enviada pelo hospital à Secretaria Municipal da Saúde. Colaboradores expostos ao risco e à incompetência.

Mau exemplo

Não faltaram gente, agitação e mau exemplo na festa de posse do novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram pessoas aglomeradas, sem máscara, curtindo o momento, como se nada estivesse acontecendo do lado de fora. Vale lembrar que o próprio Lira prestou uma homenagem, em seu discurso de posse, às vítimas da Covid-19 no Brasil, que já ultrapassa a marca de 220 mil. É a máxima distinção entre discurso e a prática, mas com o agravante de ser um homem público dando mau exemplo em plena pandemia.

Implante de silicone

O implante de silicone nos seios está na lista de procedimentos favoritos entre a população, mas vale ressaltar que esse tipo de intervenção possui riscos como qualquer outra cirurgia. “Com o passar dos anos, implantes podem apresentar roturas, rejeição ou até uma mudança do eixo da prótese (rotação), por exemplo. Essas alterações podem evoluir lentamente para rupturas maiores, causando dor e desconforto”, destaca Vivian Milani, médica especializada em mamas da Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem.

Destaques

Medicina na Unidompedro

O Campus Patamares de Medicina e Saúde da Unidompedro começa a operar em março de 2021 e disponibiliza curso de medicina, coordenado pela professora Leda Soprano.  

Melhores centros

O Departamento de Neurologia, de Gastroenterologia e o Instituto de Ortopedia e Traumatologia (IOT) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUP) foram classificados entre os melhores centros especializados do mundo, pela revista Newsweek.

SOCORRO

- Segundo dados do projeto “UTIs Brasileiras”, pacientes internados em uma UTI por Covid-19 tiveram o dobro da taxa de mortalidade em hospitais públicos em comparação com os privados.

- Outro dado importante é a quantidade de doentes que necessitam de ventilação mecânica na UTI: 36,8% no caso das  particulares e 66,5% nas públicas.

- A população tem dificuldade no acesso e chega ao hospital público bem mais grave, relata a enfermeira doutora em ciências da saúde da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) Aracele Cavalcanti.

Publicações relacionadas